Irã recebe 32 bilhões de dólares em ativos bloqueados
19 de janeiro de 2016Com o fim das sanções, após a entrada em vigor do tratado nuclear firmado entre Irã e as potências mundiais, o país asiático receberá 32 bilhões de dólares em ativos que estavam congelados, anunciou nesta terça-feira (19/01) o banco central iraniano.
Os fundos congelados eram mantidos em bancos no exterior. De acordo com o presidente do banco central, Valiollah Seif, eles já foram desbloqueados e fez-se a transferência de alguns fundos que estavam no Japão e na Coreia do Sul para outros bancos na Alemanha e Emirados Árabes.
Seif explicou que os ativos serão mantidos "centralizados e em contas seguras" no exterior, podendo ser usado para comprar e importar mercadorias. Ele acrescentou que 28 bilhões de dólares irão para o banco central e 4 bilhões de dólares "serão transferidos para o tesouro nacional". Teerã espera que os passos para diminuir o isolamento incluam a readmissão de seus bancos no sistema de transações internacionais SWIFT, injetando novo vigor na economia nacional.
O presidente do Irã, Hassan Rohani, anunciou também nesta terça-feira que com o fim das sanções, o país deve redobrar os esforços para atrair investimentos estrangeiros e liberalizar a economia. "Atualmente os nossos maiores problemas são o desemprego e a recessão, a falta de uma economia em expansão e muitas deficiências estruturais e econômicas", ressaltou.
Petróleo e setor energético
Após 12 anos, as sanções contra o Irã foram removidas no último final de semana, eliminando, assim, um obstáculo enorme para um dos maiores produtores de petróleo do mundo.
Investidores de diversos países, incluindo a Alemanha, desejam entrar no mercado iraniano. No entanto a volta iraniana ao mercado internacional derrubou ainda mais o preço do barril de petróleo, que ficou abaixo de 30 dólares nesta segunda-feira.
Paralelamente às declarações de Rohani, noticiou-se que o país pretende construir duas novas usinas nucleares om ajuda da China. O diretor da Organização Iraniana de Energia Atômica, Ali Akbar Salehi, disse à agência estatal de notícias IRNA que os detalhes do acordo serão discutidos durante a visita ao país do presidente chinês, Xi Jinping, no fim de semana.
Salehi comentou que, além da China, também a Coreia do Sul, Japão, Rússia e alguns países europeus mostram interesse em cooperar com o Irã no setor de energia nuclear.
CN/afp/ap/dpa