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Investimentos furados em UMTS?

GH17 de março de 2003

Novas tecnologias de comunicação sem fio geram especulações sobre o futuro da terceira geração de telefonia celular.

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Adaptador de Wireless LANFoto: MobilCom

Antes mesmo de seu lançamento no mercado alemão, o UMTS (Sistema Universal de Telecomunicações Móvel) começa a enfrentar a concorrência de um novo tipo de tecnologia: a comunicação sem fio via Wireless Local Area Network (W-LAN). "Trata-se de um padrão de comunicação capaz de transmitir volumes de dados bem superiores aos das convencionais redes de GSM, GPRS ou até mesmo UMTS", explica Peter Esser, diretor da Fujitsu Siemens.

A novas redes sem fio usam frequências livres de licença e tem um alcance máximo de 200 metros. Por isso, são instaladas na forma de hot spots no saguão de hotéis, em aeroportos e estações ferroviárias.

Segundo a consultoria Gartner, no final do ano passado existiam seis mil desses hot spots em todo o mundo, um número que tende a aumentar. Na Alemanha, já há 200 terminais de acesso distribuídos por 60 cidades. Em 2002, o faturamento mundial com a venda de equipamentos W-LAN aumentou 38% para 2,3 bilhões de dólares, um índice bem superior ao registrado pelo setor de tecnologia da informação em geral.

As redes W-LAN são utilizadas, principalmente, por usuários profissionais ligados a grandes empresas. E exatamente esses clientes comerciais são visados também pelas operadoras de UMTS, que, só na Alemanha, pagaram mais de 50 bilhões de euros pelas licenças para operar a nova geração de telefonia celular, sem contar os investimentos em infra-estrutura.

Os altos investimentos e problemas técnicos forçaram as operadoras a adiar o lançamento do UMTS, inicialmente previsto para 2002. Na CeBIT 2003, finalmente estão sendo apresentados os primeiros celulares de terceira geração. A T-Mobile, subsidiária da Deutsche Telekom, também revelou sua planilha de preços: na Alemanha, o usário deve pagar uma taxa básica de 4,95 euros por mês para "chamar" mil páginas de Internet.

Concorrência ou complemento?

As operadoras de telefonia móvel continuam apostando no UMTS para levar a Internet aos celulares e, aparentemente, não temem a concorrência das W-LANs. "A Wireless LAN, de alcance restrito, pode até complementar o UMTS, que tem ampla aplicação", afirma Eva Heller, da Nokia alemã.

Analistas de mercado prevêem um crescimento rápido das redes W-LAN. Segundo a Gartner, até o final de 2003, metade dos notebooks de empresas farão ligações sem fio a redes de computadores. Mas nem por isso, os operadores de W-LAN apostam no fracasso do UMTS. "Acredito que os hot spots vão aumentar a demanda dos serviços da nova telefonia celular", diz Peter Esser, da Fujitsu Siemens.

Um outro sistema de comunicação sem fio apresentado na CeBIT 2003 é o DVB-T (Digital Video Broadcasting Terrestical), uma versão digital da antiga TV com antena. A nova tecnologia da T-Systems, subsidiária da Deutsche Telekom, já é usada, desde o início deste mês, por uma rede de TV a Cabo de Berlim e Brandemburgo.

Além de receber o sinal da TV, um notebook equipado com antena pode também acessar a Internet. Mas o detalhe é que o DVB-T não funciona totalmente sem fio. Ele só permite a comunicação unidirecional – do emissor para o receptor. Assim que o usuário acessa a Internet, o notebook faz uma ligação via Bluetooth e telefone celular.

Há quem veja no avanço das novas tecnologias de comunicação sem fio uma ameaça aos pesados investimentos realizados no UMTS. Mas os exemplos da W-LAN e da DVB-T demonstram que é possível uma coexistência pacífica das diferentes tecnologias. A decisão final sobre o sistema mais apropriado caberá aos usuários.