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Conflito no Egito

Augusto Valente10 de setembro de 2011

Pelo menos três pessoas morreram e mais de mil foram feridas após manifestantes invadirem e depredarem a embaixada israelense no Cairo, em protesto por morte de guardas egípcios por israelenses há três semanas.

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Homem com bandeira egípcia diante da embaixada israelense
Homem com bandeira egípcia diante da embaixada israelenseFoto: dapd)

O embaixador de Israel no Egito deixou o país após dezenas de manifestantes terem invadido a embaixada de Israel na capital no Cairo na madrugada do sábado (10/09). A violência do protesto matou três pessoas e deixou mais de mil feridas.

Polícia, usou gás lacrimogêneo no confronto
Polícia, usou gás lacrimogêneo no confrontoFoto: AP

Os manifestantes destruíram o muro de cerca de 2,5 metros que cerca o prédio da embaixada, e invadiram o edifício. Eles retiraram do mastro e queimaram a bandeira de Israel e jogaram centenas de documentos pelas janelas. O muro havia sido construído recentemente para proteger a embaixada.

A violência resultou em pelo menos três mortos e mais de mil feridos. Entre estes, 46 policiais e soldados envolvidos nas ações para conter os manifestantes.

Em frente ao prédio, os manifestantes entraram em confronto com a polícia egípcia, jogando pedaços do muro demolido sobre os policiais, que responderam com bombas de gás lacrimogêneo. Vários veículos da polícia foram incendiados. O ministro egípcio do Interior, Mansur el Essawi, decretou estado de alerta.

Embaixador transportado para Tel Aviv

O embaixador de Israel no Egito, Itzhak Levanon, foi transportado para Tel Aviv ainda de madrugada, em uma aeronave militar israelense, juntamente com sua família e diversos funcionários da embaixada. Antes de partir, Levanon se encontrou no aeroporto do Cairo com um general do conselho militar que governa o Egito, de acordo a televisão estatal egípcia. A representação israelense no país está sendo realizada agora por um cônsul.

O presidente dos EUA, Barack Obama, pediu ao governo egípcio que cumpra suas obrigações internacionais e que garanta a segurança da embaixada. O governo egípcio colocou em alerta as forças de segurança na capital, segundo informou a rede de televisão árabe Al Jazeera. O gabinete de segurança foi convocado para uma reunião de emergência.

Mediação dos EUA

Ativistas derrubaram o muro que protegia prédio
Ativistas derrubaram muro que protegia embaixadaFoto: dapd

Obama conversou com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a respeito da situação no Cairo. Na conversa telefônica, o presidente norte-americano também expressou preocupação a respeito da segurança dos funcionários da embaixada israelense, conforme comunicado da Casa Branca. Os EUA tentam interceder em todos os níveis para que a situação no Cairo possa ser resolvida pacificamente.

O ministro alemão do Exterior, Guido Westerwelle, condenou os incidentes no Cairo. Ele afirmou em Berlim que espera que as autoridades egípcias assegurem a proteção da embaixada, cumprindo suas obrigações internacionais.

Tensões crescentes

Há semanas ocorrem frequentes manifestações diante da embaixada israelense no Cairo, pela morte de cinco guardas de fronteira egípcios. Eles foram baleados há três semanas por forças de segurança israelenses que perseguiam supostos terroristas palestinos na fronteira egípcio-israelense.

Tel Aviv pediu desculpas oficialmente pela morte dos guardas egípcios. No entanto, os manifestantes egípcios reivindicam que o governo egípcio rescinda o tratado de paz fechado com Israel em 1979.

MD/dapd/afp/dpa/rtr/lusa
Revisão: Augusto Valente