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Insetos como alternativa para ração animal

17 de junho de 2019

A mais moderna fazenda de insetos da Europa acaba de ser inaugurada na Holanda. Empresa aposta na produção em grande escala para alimentar animais. Quais são as vantagens desta fonte de proteína?

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Larvas-da-farinha
Larvas-da-farinha podem ser utilizadas para alimentar avesFoto: picture-alliance/dpa

De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), não será mais possível saciar a fome da humanidade no futuro se não forem consumidos insetos. O que já faz parte da vida cotidiana em partes da Ásia e África também deve se tornar normal nos países ocidentais no longo prazo.

Até agora, a maioria das pessoas demonstra nojo só de pensar em ingerir insetos. Em vez de comer um hambúrguer de minhoca ou uma salsicha feita de gafanhotos, muitos provavelmente iriam preferir deixar de consumir proteína animal. Mas além de serem ingeridos, os insetos também podem contribuir de forma importante para a produção sustentável de peixe, carne e ovos e, ainda, na criação de animais.

A Holanda é pioneira nessa área e, por isso, não é de se admirar que a mais moderna fazenda de insetos da Europa tenha sido aberta neste mês na pequena cidade de Bergen op Zoom, no sul do país.

Segundo informações da empresa Protix, ela é a primeira fábrica do mundo em que insetos – especialmente as larvas da mosca soldado negra – são criados em grande escala e, ao mesmo tempo, processados como ração para animais.

No país, existem atualmente cerca de 25 empresas de criação de insetos. Até agora, insetos mortos só são permitidos na União Europeia para a alimentação de peixes e de animais domésticos. No entanto, espera-se que a proibição para alimentar suínos e aves com insetos acabe em breve.

A empresa holandesa Protix também cria insetos – como larvas-da-farinha, do besouro Tenebrio molitor – como alimento para aves, já que esses insetos não estão incluídos na proibição da União Europeia.

Confira quais são as vantagens dos insetos como alimento para animais:

1 – Insetos são excelentes fontes de proteína

Os insetos convertem seus alimentos em proteínas em um curto espaço de tempo. O teor de proteína dos insetos em relação à matéria seca é de 35% a 60%. No caso dos grilos, a proporção chega a ser de 77%. Os insetos são quase livres de carboidratos, têm teor extremamente baixo de gordura e colesterol e, ainda, são ricos em vitaminas, minerais e oligoelementos.

2 – Menor necessidade de importar soja e farinha de peixe

Atualmente, a Europa produz apenas de 25% a 30% de suas proteínas vegetais, e o restante é importado. A fonte de proteína mais popular e barata para a criação de animais é, atualmente, a soja.

Depois da Segunda Guerra Mundial, o apetite por carne aumentou constantemente. Com isso, aumentou também a demanda por grãos de soja, que eram originalmente considerados um subproduto da produção de óleo de soja.

Nos últimos 20 anos, a produção mundial de soja mais que dobrou. A maior parte da soja vem da América do Norte e do Sul, especialmente do Brasil, da Argentina e do Paraguai.

A Alemanha é o maior consumidor de soja da União Europeia. Cerca de 80% das importações de soja são utilizadas em toda a Europa para a alimentação de animais.

No futuro, as proteínas dos insetos poderão substituir as proteínas nas rações para animais, especialmente na avicultura, suinicultura e piscicultura.

3 – Menos poluição ambiental

O cultivo e o comércio globais de soja geram muitos impactos negativos sobre o meio ambiente. Há anos ambientalistas chamam a atenção para o desmatamento de florestas para o estabelecimentos de novas plantações de soja.

A agricultura intensiva causa a erosão do solo, e a biodiversidade diminui. O uso de fertilizantes e pesticidas polui a água. Além disso, há o transporte global de soja em todo o mundo, que gera significativamente mais emissões do que a comercialização de proteínas de insetos.

4 – Insetos são leves

Os insetos têm um ciclo de crescimento muito mais curto que o dos mamíferos. Eles convertem seus alimentos mais rapidamente em carne e, assim, crescem mais rapidamente. Eles precisam de menos comida e água, podem ser criados em espaços menores, são fáceis de cuidar e produzem resíduos menos prejudiciais ao meio ambiente.

A nova empresa na Holanda irá agora realizar novas experiências quanto à produção de insetos em escala industrial, observando se doenças ou problemas de higiene podem ocorrer durante a produção em massa e se a utilização de medicamentos também é necessária.

5 – Produção usando a economia circular

Segundo a empresa, a nova fazenda de insetos na Holanda produz de acordo com o princípio da economia circular: os resíduos de alimentos de origem vegetal são reutilizados como ração para os insetos, que, por sua vez, são usados como matéria-prima rica em proteínas para a alimentação animal.

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