Inflação na zona do euro atinge 8,6% e bate novo recorde
19 de julho de 2022A inflação anual na zona do euro bateu mais um recorde em junho, quando atingiu 8,6% em comparação com o mesmo mês de 2021, anunciou o Departamento de Estatísticas da União Europeia (Eurostat) nesta terça-feira (19/07). Em maio, a inflação anual havia sido de 8,1%.
A inflação na zona do euro nunca foi tão alta desde a adoção da moeda comum, em 1999. Desde meados do ano passado, a inflação tem aumentado de forma constante e batido seguidos recordes.
A guerra na Ucrânia e as medidas de combate à pandemia na China, que também afetaram as cadeias de fornecimento globais, exacerbaram a pressão sobre os preços.
Preços da energia
A inflação foi novamente impulsionada pelo forte aumento dos preços da energia, que subiram 42% em comparação com o mesmo mês do ano passado. Alimentos e bebidas estavam 8,2% mais caros do que há um ano. O preço de outros bens (4,3%) e serviços (3,4%) subiram abaixo da média, mas também a uma taxa significativa.
A inflação básica, que não leva em conta os preços particularmente voláteis da energia e dos alimentos, caiu ligeiramente, de 3,8% em maio para 3,7% em junho. As taxas de inflação mais altas na zona do euro foram registradas nos três Estados bálticos: Estônia (22,0%), Letônia (19,2%) e Lituânia (20,5%).
Aumento da taxa de juros
O Banco Central Europeu (BCE) manteve a perspectiva de determinar nesta quinta-feira a primeira alta da taxa de juros básica da zona do euro em onze anos. A expectativa é de uma alta de 0,25 ponto percentual. A principal taxa de juros básica determinada pelo BCE está hoje em -0,50%.
A instituição está atrasada na luta contra a inflação, se comparada a muitos outros bancos centrais, e a meta de 2% de inflação do BCE já foi excedida há algum tempo.
"É altamente provável que o BCE aumentará a taxa de juros em 25 pontos-base nesta semana, e seguirá com uma alta de 50 pontos-base em setembro", afirmou Matthew Ryan, chefe de estratégia de mercado da empresa financeira Ebury. "Dito isso, não descartamos uma alta de 50 pontos-base na reunião desta semana. Já vimos a maioria dos grandes bancos centrais aumentarem as taxas nas últimas semanas, em uma tentativa de conter a alta desenfreada de preços."
bl (AFP, dpa)