Pior crise desde a reunificação
3 de dezembro de 2008A queda na demanda por automóveis provocou a pior crise da indústria automotiva da Alemanha desde o início da década de 1990, afirmou nesta quarta-feira (03/12) a Associação da Indústria Automotiva Alemã (VDA). "O mercado automobilístico experimenta uma queda cuja velocidade e características não têm precedentes", disse o presidente da associação, Matthias Wissmann.
A VDA prevê que sejam vendidos 3,1 milhões de veículos na Alemanha em 2008. É o pior resultado desde a reunificação do país, em 1990, e a tendência é que as vendas piorem ainda mais, caindo para 2,9 milhões de unidades em 2009.
Corte nos empregos
As exportações também deverão recuar, de 4,3 milhões em 2007 para 4,2 milhões este ano – a primeira queda de dois dígitos em meia década. Em mercados emergentes importantes, como a China, as marcas alemãs registraram quedas nas vendas de até 20% em outubro, segundo a VDA.
Desde setembro, as montadoras alemãs já cortaram 1.850 postos de trabalho, a maioria temporários, e deram férias coletivas a cerca de 10 mil funcionários. "A crise terá conseqüências ainda maiores no mercado de trabalho", alertou Wissmann, sem citar números. Um em cada sete empregos na Alemanha depende da indústria de automóveis, que emprega 761 mil pessoas.
EUA
A situação é ainda pior nos Estados Unidos. A GM, a Ford e a Chrysler pediram uma ajuda de 34 bilhões de dólares ao Congresso americano. A cifra supera os 25 bilhões de dólares que estavam sendo debatidos pelos congressistas. A GM, que controla a alemã Opel, quer 18 bilhões de dólares ao todo, sendo 4 bilhões ainda em dezembro. A Chrysler quer 7 bilhões até o final do ano. Já a Ford pede 9 bilhões de dólares em 2009.
Em novembro, foram comercializados 747 mil veículos no mercado dos Estados Unidos. É a primeira vez em décadas que são vendidos menos de 800 mil veículos em um mês. As vendas da GM caíram 41% e as da Ford recuaram 30%. A Daimler registrou queda de 29,9% no faturamento no mercado americano em novembro, a BMW, de 26,8%, e a Volkswagen, de 19,2%.