Indústria química é pulso da conjuntura
15 de dezembro de 2002Há um ano e meio, a indústria química está à espera de uma recuperação do setor econômico. Até agora, em vão. Também neste ano de 2002 não houve nenhuma mudança substancial, segundo Wilhelm Simson, presidente da Federação das Indústrias Químicas (VCI) na Alemanha.
Simson: "Somente no primeiro trimestre deste ano é que a produção química teve um aumento palpável. Na época, muitos clientes da indústria de transformação esperavam um impulso conjuntural e encheram seus depósitos vazios. Mas o impulso não veio e a demanda caiu conseqüentemente no resto do ano."
Tábua de esfregar
Em 2002, foram vendidos produtos químicos no valor aproximado de 133 bilhões de euros, o que significou uma redução de 0,5% no faturamento, em comparação ao ano anterior. Wilhelm Simson não vê motivo para alegria também no ano que vem. Para ele, a situação relembra as ondulações de uma tábua de esfregar roupa.
Simson: "Temos uma situação de tábua de esfregar roupa. Num mês está um pouquinho melhor, noutro um pouquinho pior, mas tudo no mesmo nível. Isto é, temos em princípio uma situação de estagnação. E este é o nosso prognóstico para o ano que vem: parecido com este ano."
Mercado externo
Se existe um mínimo de esperança para a indústria química alemã, ela reside então nos negócios de exportação. Já hoje, o faturamento no exterior é maior do que na Alemanha. E também é fora do país onde são feitos os investimentos, na sua maior parte. Os executivos da indústria química mostram-se fascinados sobretudo pelos mercados asiáticos, em especial pela China.
Simson: "A Europa tem um consumo anual de produtos químicos da ordem de 1.500 euros per capita. A Ásia tem um consumo de apenas 500 euros per capita, mas quanto mais o bem-estar cresce nesses países, tanto mais aumenta o consumo. Esses são os nossos mercados. Isto é, ao lado do mercado alemão, temos também outros mercados. Uma das conseqüências da globalização."
Praça excelente
Já não são apenas as grandes firmas como Bayer ou BASF que atuam no exterior. Também as empresas de médio porte concentram as suas atividades cada vez mais na possibilidade da exportação. O presidente da VCI ainda considera a Alemanha como uma "excelente praça para a indústria química", mas acha que os políticos precisam criar urgentemente melhores condições gerais para a produção industrial.
Com outras palavras: os custos energéticos precisam ser contidos, os impostos têm de ser reduzidos e no setor da biotecnologia, o Estado deve evitar uma regulamentação excessiva, segundo Simson. E, em face do crescente engajamento da indústria química no exterior, as palavras do presidente da VCI soam como uma ameaça: "O dinheiro corre sempre para onde for mais lucrativo. Sempre foi assim, é assim agora e será sempre assim."
Os empregados da indústria química na Alemanha podem, pois, preparar-se para tempos difíceis. Este ano, o número de empregos foi reduzido novamente em 1,3%, para um total de cerca de 460 mil empregados.