Incêndios devastam o Pantanal
Junho já registra recorde histórico de focos de incêndio no bioma. El Niño agrava a situação.
Incêndios disparam
Os incêndios no Pantanal se alastram rapidamente. Somente nos últimos dez dias, uma área do tamanho de 59 mil campos de futebol foi destruída no bioma. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Pantanal já registrou o maior número de focos de incêndios para um mês de junho desde o início da série histórica em 1998.
Fogo devastador
Os incêndios deste ano são um dos piores registrados no bioma nos últimos 15 anos, podendo superar 2020. De acordo com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ), as áreas pantaneiras queimadas nos primeiros meses de 2024 somam 332 mil hectares.
Paraíso ameaçado
Com 250 mil km², sendo 138 mil km² em solo brasileiro, o Pantanal é a maior planície alagada do mundo. Apesar do bioma ter sido declarado Patrimônio Mundial da Unesco em 2000, ele sofre com o desmatamento ilegal e a invasão do agronegócio. As autoridades suspeitam que os incêndios atuais foram causados por queimadas, mas as causas ainda estão sendo investigadas.
Natureza em desequilíbrio
Os incêndios no Pantanal não são algo incomum, o fogo faz parte do ciclo que mantém o equilíbrio na região atravessa. A temporada das chamas começa geralmente em julho, mas este ano chegou mais cedo. O ciclo natural está desequilibrado há anos e preocupa os pesquisadores.
Fuga das chamas
Cleiton José e outros fazendeiros tentam salvar o gado das chamas. Os incêndios não só ameaçam a natureza, mas também a subsistência dos moradores do Pantanal. O fogo devasta a flora e a fauna da região, o que prejudica os fazendeiros e também quem trabalha com ecoturismo.
Animais em risco
Esse macaco não teve tempo de escapar das chamas e, infelizmente, não é a única vítima. O Pantanal é conhecido por sua biodiversidade. É o lar da maior espécie de onça-pintada do mundo, da anta, que está ameaçada de extinção, e de tamanduás-bandeira, entre outros espécies. Os incêndios devastadores de 2020 mataram 17 milhões de vertebrados.
"O céu costumava ser sempre azul"
Fátima Brandão e suas galinhas tentam suportar a fumaça dos incêndios. Fátima, que nasceu e cresceu no Pantanal, disse à agência de notícias Reuters que nunca tinha visto incêndios tão devastadores como os deste ano. "A fumaça nunca chegou aqui. Sempre tivemos dias ensolarados e o céu sempre era azul", conta.
El Niño como fator agravante
De acordo com o ambientalista Delcio Rodrigues, as condições climáticas atuais influenciadas pelas mudanças climáticas estão alimentando os incêndios. A região está passando por uma seca fora do normal e os rios estão com baixa reserva de água. Segundo especialistas, a seca está sendo agravada pelo fenômeno climático El Niño, que elevou as temperaturas.