Há 200 anos nascia Louis Vuitton, rei das malas
4 de agosto de 2021Louis Vuitton nasceu em 4 de agosto de 1821 em um vilarejo no leste da França. Quando adolescente, partiu para Paris, a pé, contra a vontade de seu pai. De origem humilde, foi fazendo bicos pelo caminho até chegar à capital francesa, aos 16 anos.
Em Paris, Louis foi aprendiz do respeitado fabricante de malas Romain Marchéal. O rapaz rapidamente provou seu talento: foi apreciado por sua excepcional habilidade artesanal e contratado pela imperatriz Eugine como exclusivo empacotador de malas. Em 1854, aos 33 anos, montou seu próprio negócio: nascia a marca Louis Vuitton Malletier.
Desde o início, ele se dedicou, em vez de produtos batidos e sem graça, a artigos nobres de luxo que correspondiam ao espírito da época. Enquanto empacotador de malas na corte de Napoleão 3º, aprendeu como os poderosos guardavam vestidos e chapéus em caixas pesadas com tampas curvas. Então, em seu próprio ateliê, Louis Vuitton passou a projetar malas elegantes e empilháveis.
Característica exclusiva: robusta e hermética
Não foi apenas uma questão de design: com a mudança das carruagens para os trens e o crescente desejo de viajar, tornava-se cada vez mais necessária uma bagagem funcional que não ocupasse muito espaço. E como já na época as bagagens nem sempre eram tratadas com delicadeza, o habilidoso artesão Vuitton criou malas robustas e herméticas, uma particularidade para a época.
A estrutura de suas malas eram quadros de madeira e metal, e para o revestimento Louis Vuitton não usou couro, mas linho impregnado com farinha de centeio e, portanto, repelente à água. Mais tarde, ele embelezou o visual com tecidos listrados. Assim, o padrão quadriculado Louis Vuitton Damier Canvas tornou-se sua marca registrada.
As malas tinham tanta demanda que, apenas cinco anos após fundar a marca, o francês investiu em uma fábrica em Asnières, um subúrbio de Paris. No início, ele tinha 20 funcionários, mas logo o número cresceu para 225.
A produção de malas permaneceu nas mãos da família. Junto com seu filho Georg, Louis desenvolveu e patenteou um cadeado para bagagens, usado ainda hoje. Na época, um produto importante e inovador, pois os clientes bem-sucedidos queriam urgentemente ainda mais segurança para suas caras bagagens.
Malas que não afundam
Muitas lendas envolvem as malas cult. Após o naufrágio do Titanic, conta-se que a bagagem de luxo da Casa Vuitton flutuou na superfície do mar durante dias. As malas também se mostraram indestrutíveis no rally de carros de 1907 de Paris a Pequim. Diz-se que sobreviveram à travessia do mar melhor do que muitos motores.
Quando Louis Vuitton morreu, aos 70 anos em Asnières, seu filho Georg assumiu o negócio das malas. Em memória ao pai, ele desenvolveu o lendário monograma canvas, com as iniciais de Louis Vuitton entrelaçadas e o padrão floral estilizado.
Assim, em 1896 ele desencadeou um culto de grife que dura até os dias de hoje: discreto, mas impossível de não ser percebido, o símbolo adorna os acessórios dos clientes "LV", incluindo estrelas como Audrey Hepburn, Scarlett Johansson e Rihanna.
O grupo de moda há muito tempo já não vende apenas malas. A elas seguiu-se a produção também de bolsas e carteiras, e mais tarde roupas, joias, relógios e perfumes.
Em 1987, a empresa familiar fundiu-se com o fabricante de bebidas Moët Hennessy para formar o conglomerado de luxo LVMH. Surgiu assim uma das empresas mais valiosas da Europa, com um valor de mais de 340 bilhões de euros.
Os alicerces para isso foram lançados por jovens e talentosos fabricantes de malas − com uma grande sensibilidade por estética e funcionalidade. Os produtos ainda são feitos à mão nas oficinas de Asnières. Parte da propriedade familiar é dedicada a Louis Vuitton, o rei das malas, com um museu privado.