Hungria condena acusados pela morte de migrantes em caminhão
14 de junho de 2018Um tribunal da Hungria condenou nesta quinta-feira (14/06) a 25 anos de prisão quatro traficantes de pessoas envolvidos na morte de 71 migrantes,encontrados na carroceria de um caminhão que os transportava irregularmente por uma rodovia austríaca em 2015.
O principal réu, um homem afegão, e três cúmplices búlgaros foram considerados culpados pelo tribunal na cidade de Kecskemet por integrarem uma organização criminosa e diversos outros crimes, que incluem tráfico de pessoas e assassinato.
Eles foram presos no sul da Hungria em 2015, próximo à fronteira com a Sérvia, horas depois de o caminhão ter sido localizado, abandonado no acostamento da rodovia austríaca. Outros dez réus, na maioria búlgaros, receberam penas de prisão que variam entre três e doze anos. Entre estes, três estão foragidos.
Os promotores afirmaram que vão recorrer da sentença, exigindo prisão perpétua para os quatro principais acusados. "A promotoria apela e pede sentenças mais rígidas", disse o promotor Gabor Schmidt.
Os advogados dos réus também vão apelar, pedindo a absolvição de seus clientes das acusações de homicídio e sentenças mais leves nas acusações de tráfico de pessoas.
Entre as 71 vítimas mortas no caminhão estavam 59 homens, oito mulheres e quatro crianças, provenientes da Síria, Iraque e Afeganistão, sufocados dentro do caminhão frigorífico encontrado próximo a Parndorf, nas imediações da fronteira entre Áustria e Hungria no dia 27 de agosto de 2015.
Os migrantes entraram no caminhão próximo ao vilarejo de Morahalom, na fronteira húngara com a Sérvia, antes de se dirigirem á Áustria. Segundo os promotores, os migrantes morreram sufocados "em condições horrendas, três horas após a partida", enquanto ainda estavam na Hungria.
Em 2015, cerca de 400 mil migrantes e refugiados passaram pelo território húngaro rumo à Alemanha e outros países da Europa, antes de o governo do primeiro-ministro Viktor Orbán fechar a fronteira com uma cerca fortificada. Orbán foi reeleito em abril graças à forte campanha anti-imigração, conquistando seu terceiro mandato seguido.
RC/ap/rtr
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