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Minha casa é meu estúdio

4 de maio de 2007

Computadores cada vez mais eficazes e baratos abriram campo enorme para os músicos de hobby. Em vez de depender de um caro estúdio de gravação, eles podem ser seus próprios produtores na sala de estar ou no quarto.

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Mark Mirza em seu 'home studio'Foto: picture-alliance/dpa

Software de música, computador atual com uma boa placa de som, possivelmente um teclado para registrar as idéias musicais. Hoje em dia, não é preciso mais do que isso para produzir música em casa.

A palavra-chave é home recording: gravação digital de música em estúdio caseiro. Ou seja, qualquer um pode ser produtor, basta uma verba modesta e uma certa dose de talento.

No início era o cassete de quatro pistas

Para chegar a este ponto, alguma água teve que rolar sob a ponte da tecnologia. Ainda na década de 1980, apenas uns poucos músicos tinham acesso à técnica necessária. A grande diferença é que seu investimento equivalia ao preço de um pequeno automóvel.

Mark Mirza é um home recorder: terminado o expediente no trabalho, ele se recolhe às próprias quatro paredes para escrever canções e gravá-las. O compositor começou sua atividade nos anos 90, com um gravador cassete de quatro pistas.

"É claro que a qualidade não era tão boa. Hoje gravo guitarra, teclados e baixo em casa e canto meus textos por cima. Aí acrescento a bateria programada. Às vezes também gravo toda a minha banda, os Hintermänner, na sala de estar. Mas só quando a minha mulher não está em casa", revelou à agência de notícias DPA.

Sinergias e conexões

Atualmente Mirza cria seus arranjos e faz a mixagem final das canções no computador. Algumas delas já apareceram em CDs samplers. "Sem a internet o home recording não se teria tornado tão popular nos últimos anos". O laboratorista formado de 43 anos faz até parte de um conjunto que só existe na internet: os Evil Seagulls.

Via internet, os músicos da banda virtual vão intercambiando idéias musicais entre si, até que esteja criada uma nova canção. "Através da rede posso integrar a criatividade de outras pessoas em minhas canções", alegra-se Mirza.

Ele calcula que existam cerca de 100 mil home recorders espalhados pela Alemanha. Muitos freqüentam fóruns na internet, em especial Homerecording.de, a maior cibercomunidade do gênero no país.

Difícil como um instrumento

Esse fórum permite o contato entre os mundos dos produtores profissionais e de hobby. "Só nesse site estão registrados 25 mil músicos e produtores amadores", revela o Mirza.

Florian Gypser, técnico de som formado e proprietário de um estúdio, é um dos redatores do Homerecording.de. "A paisagem musical mudou totalmente através do home recording. Agora muito mais gente se ocupa com música".

Entretanto, ele também vê o fenômeno de forma crítica. "A gravação caseira é tão difícil de aprender quanto um instrumento. Quem tem um carro também tem que primeiro saber dirigi-lo."

Do áudio ao vídeo

E é justamente aqui que começa o trabalho para Gypser e seu parceiro Holger Steinbrink. Sua firma, Audio-workshop, oferece oficinas a pessoas que querem aprender mais sobre técnica de som, produção musical ou sobre os aplicativos em voga.

"Nós lucramos com a constante expansão da gravação caseira. Nossos clientes notaram que a coisa não é tão fácil assim", comenta. Ensinar foi sua saída para enfrentar as transformações no mercado desencadeadas pelos estúdios caseiros.

"Um estúdio de som médio clássico não tem mais como se manter hoje em dia", constata o técnico profissional. Em geral, as bandas se produzem sozinhas. Muitas preferem ir até o produtor de hobby ambicioso da esquina do que a um estúdio de gravação caro.

"No futuro o home recording vai se desenvolver ainda mais", prevê Mark Mirza. "Muitas bandas que produzem a própria música estão agora fazendo vídeos bastante bons, para então colocá-los na rede. A coisa continua crescendo." (jz/av)