Heidelberg, romântica por natureza
17 de abril de 2010Romantismo, teu nome é Heidelberg! Todos os anos, multidões de turistas invadem a bela cidade entre Frankfurt e Stuttgart, às margens do Rio Neckar. Em meio à confusão das línguas, os olhos não sabem onde se deter e as câmeras fotográficas clicam avidamente para reter tanta beleza.
Um castelo e sua história
No alto, destaca-se uma das ruínas mais fotografadas da Alemanha: o Castelo de Heidelberg, em que residiu durante cinco séculos a dinastia de Wittelsbach. Um de seus príncipes fundou a universidade em 1386. Outro introduziu a Reforma protestante, que culminou na Guerra dos Trinta Anos, quando castelo e cidade foram destruídos pela primeira vez.
Com seus tijolinhos vermelhos em estilo inglês, o castelo fora ampliado por Frederico 5º, cuja esposa era Elisabeth Stuart, filha do rei da Inglaterra. Foi ela que mandou construir o magnífico jardim Hortus Palatinus, uma das atrações da cidade. Reconstruído pelo filho de ambos, o castelo foi novamente destruído durante a invasão das tropas francesas.
Palco para o príncipe apaixonado
Com essa história movimentada, não é de se admirar que, apesar do interior gótico, o "salão real" date de 1934. Ele hoje é utilizado para banquetes e bailes. Durante os festivais de verão é o pátio do castelo que se transforma em palco de apresentações teatrais. Durante muito tempo ele foi o local ideal para a encenação do musical The Student Prince in Old Heidelberg, que Ernst Lubitsch filmou em 1927, imortalizando a cidade em Hollywood.
O príncipe, no caso, foi mais um a perder o coração às margens do Neckar, cujas águas deslizam por baixo da idílica ponte de pedras. Ela data do século 18 e é também um dos motivos de cartão-postal de Heidelberg. Do lado que dá para a cidade, a ponte desemboca num portão medieval, parte da antiga muralha de defesa.
Aspargo e vinho
Universitária por excelência – um de cada cinco habitantes estuda na universidade –, Heidelberg tem muitos cafés, restaurantes e locais para se passar bons momentos de lazer.
Seu centro histórico, bem conservado por ter sido poupado dos bombardeios da Segunda Guerra Mundial, tem uma localização pitoresca, num vale no sopé da cadeia montanhosa Odenwald.
O clima moderado é ideal para os vinhedos e a plantação de aspargos. Em Heidelberg, há uma confluência única de história e natureza, de vida intelectual e prazeres da vida.
Um caminho para poetas e filósofos
Muitas personalidades de destaque viveram ou passaram uma temporada na cidade. Poetas e escritores de renome viveram ali momentos de inspiração. Johann Wolfgang von Goethe, Clemens Brentano e Joseph von Eichendorff foram alguns dos grandes da literatura alemã a percorrer o Caminho dos Filósofos, um dos mais belos roteiros de promenade da Europa.
Ao caminhante que chega ao topo da montanha, descortina-se um panorama inesquecível com a centro histórico, o rio, o castelo, o verde da paisagem. Com bom tempo, pode-se enxergar até as primeiras árvores da Floresta Negra.
Atrações também nos arredores
As redondezas também merecem ser exploradas. A poucos quilômetros, por exemplo, está o Castelo de Schwetzingen, que serviu de residência de verão aos príncipes eleitores do Palatinado no século 18. Os visitantes podem percorrer 40 aposentos do castelo. Mas é seu parque de 73 hectares que mais atrai a atenção, com arcadas, templos e até uma mesquita que Carlos Teodoro mandou construir.