Grécia não consegue acolher mais migrantes, diz Tsipras
7 de agosto de 2015A Grécia não tem condições de acomodar os milhares de migrantes que aportam no país, alertou nesta sexta-feira (07/08) o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras.
"O fluxo migratório está além do que a infraestrutura do nosso Estado pode suportar [...] Pedimos ajuda à União Europeia (UE)", disse o premiê. "Agora é hora de vermos se a UE é a UE da solidariedade ou uma UE onde todos tentam apenas proteger suas fronteiras."
A agência da ONU para refugiados (Acnur) pediu à Grécia nesta sexta-feira que assuma o controle sobre o "caos generalizado" nas ilhas gregas que recebem milhares de migrantes. Muitos deles vêm de países em conflito, como Síria e Afeganistão.
"Em termos de água, saneamento e assistência alimentar, é totalmente inadequado. Na maioria das ilhas, não há estruturas para recebê-los, as pessoas dormem sob qualquer tipo de teto", afirmou Vincent Cochetel, diretor da Acnur para a Europa, após visitar as ilhas gregas de Lesbos, Kos e Chios.
"Há um caos generalizado nas ilhas. Após alguns dias, eles [os refugiados] são transferidos para Atenas, e não há nada esperando por eles lá", disse. As autoridades gregas devem "liderar e coordenar uma resposta", afirmou Cochetel, que diz jamais ter visto uma situação como essa.
Ele ressaltou que os países da UE também devem fazer mais para aliviar a situação na Grécia, aonde 50 mil pessoas chegaram apenas em julho.
A economia do país atravessa uma grave crise econômica e negocia com a UE e o Fundo Monetário Internacional (FMI) um terceiro resgate financeiro, no valor de 86 bilhões de euros, para evitar o colapso. Nessas circunstâncias, o país enfrenta sérias dificuldades para lidar com os milhares de refugiados de guerras e pobreza que continuam a aportar no litoral grego.
A União Europeia pediu nesta sexta-feira que os países-membros cumpram as promessas de providenciar aviões e outros recursos, para que a Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas(Frontex) possa lidar como o fluxo de imigrantes na Grécia e na Hungria.
Em abril deste ano, os líderes europeus haviam se comprometido a triplicar o orçamento da Frontex e a fornecer bens necessários para aliviar a situação dos milhares de refugiados nos países mais afetados.
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