Greves agravam caos aéreo na Europa
2 de julho de 2022Centenas de voos de vários aeroportos europeus foram cancelados ou sofreram atrasados neste sábado (02/07), em mais um capítulo do caos que o setor aéreo do continente tem enfrentado neste verão de retomada pós-pandemia.
As dificuldades no setor foram particularmente sentidas neste sábado na Espanha e na França, desta vez por causa do efeito de greves. Quinze voos foram cancelados e 175 foram adiados no aeroporto de Madri em decorrência da greve de tripulantes das companhias Ryanair e EasyJet. Um em cada cinco voos também foram cancelados no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, devido a uma greve dos bombeiros.
A mobilização da Ryanair e da EasyJet em Madri, duas companhias aéreas de baixo custo, para exigir melhores salários e condições de trabalho coincidiu com o final do ano letivo na Europa e as férias de verão.
Às 13h locais (8h em Brasília) deste sábado, dez voos da Ryanair e cinco da EasyJet foram cancelados e 175 estavam atrasados (123 da Ryanair e 52 da EasyJet), informaram os sindicatos em comunicado.
A greve dos tripulantes da Ryanair na Espanha – onde a empresa tem cerca de 1.900 colaboradores – começou em 24 de junho e a da EasyJet, na sexta-feira passada.
O sindicato da USO afirmou ainda que o pessoal da Ryanair planejou paralisações em três períodos de quatro dias: de 12 a 15 de julho, de 18 a 21 de julho e de 25 a 28 de julho nos dez aeroportos espanhóis em que a empresa irlandesa opera.
"Depois destes 6 dias de greve e vendo a impassibilidade da empresa por não ouvir os seus trabalhadores e preferir deixar milhares de passageiros em terra em vez de sentar-se para negociar um acordo segundo a lei espanhola, fomos obrigados a convocar novos dias greve", disse Lidia Arasanz, representante da USO.
Segundo ela, nos seis dias anteriores, "mais de 200 voos foram cancelados e quase 1.000” sofreram atrasos em todo o país. "Esperamos que os próximos sejam exatamente os mesmos", apontou.
Já os trabalhadores da EasyJet anunciaram greves durante os três primeiros fins de semana de julho para exigir melhorias nas suas condições de trabalho e que estas estejam de acordo com as de outras companhias aéreas europeias.
Na França, dezenas de voos foram cancelados no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, onde os bombeiros estão em greve desde quinta-feira, obrigando as autoridades a reduzir por prevenção o número de pistas.
Aeroportos do Reino Unido e da Holanda também têm enfrentado dificuldades para lidar com o aumento do tráfego no início do ano. Na Alemanha, o problema tem sido agravado pela falta de pessoal disponível nos aeroportos e no quadro de funcionários da empresa Lufthansa.
jps (Reuters, AFP)