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Greta Thunberg: dois anos de paralisações globais

19 de agosto de 2020

Às vésperas de se encontrar com a chanceler federal alemã, Angela Merkel, em Berlim, ativista sueca reclama da "inação política" dos líderes europeus e exige maior compromisso com o Acordo de Paris.

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Ativista ambiental sueca Greta Thunberg
Greta Thunberg deu início ao que se tornaria um movimento global de greves escolares pelo climaFoto: picture-alliance/dpa/V. Mayo

A ativista sueca Greta Thunberg criticou nesta quarta-feira (19/08) a "inação política" dos líderes europeus diante do que considera uma grave crise ambiental. Às vésperas do encontro marcado em Berlim com a chanceler federal alemã, Angela Merkel, a jovem de 17 anos lamentou, ainda, o tempo perdido nestes "dois anos cruciais" desde que liderou a primeira paralisação escolar global pelo clima, em 20 de agosto de 2018.

As palavras de Greta foram publicadas pelo jornal britânico The Guardian, num texto assinado em conjunto com outras três jovens ativistas, Luisa Neubauer, Anuna De Wever e Adélaïde Charlier. Elas avaliam que os dois anos de greves nas escolas estimularam, sim, compromissos políticos e "grandes discursos", mas ainda falta tratar a crise climática e ecológica pelo que é: uma crise.

"A lacuna entre o que precisamos fazer e o que realmente está sendo feito aumenta a cada minuto. Efetivamente, perdemos mais dois anos cruciais devido à inação política", afirmam as ativistas.

Praticamente nada foi feito pelo clima, diz Greta

No encontro com Merkel, o grupo pretende dizer à chefe de governo que "ela terá que encarar a emergência climática, em especial porque a Alemanha agora detém a presidência do Conselho Europeu".

"A Europa tem a responsabilidade de agir", instaram, frisando que as nações da União Europeia (EU) e o Reino Unido foram responsáveis por cerca de 22% das "emissões globais acumulativas históricas". "É imoral que os países que menos contribuíram para causar o problema estejam sofrendo primeiro e mais."

No texto, elas prometem ainda entregar a Merkel uma carta aberta com 125 mil assinaturas, exigindo que os líderes da UE "parem de fingir que podemos resolver a crise climática e ecológica sem tratá-la como uma crise".

A carta exorta os governos a suspenderem todos os investimentos na exploração e extração de combustível fóssil, acabarem com os subsídios e "retirarem imediata e completamente os investimentos nos combustíveis fósseis".

"No Acordo de Paris, os líderes mundiais se comprometeram a manter o aumento da temperatura média global bem abaixo de 2 °C [em relação aos níveis pré-industriais], tendo 1,5 °C como meta. Nossas exigências demonstram o que esse compromisso significa. No entanto, isso é apenas o mínimo que precisa ser feito para cumprir essas promessas."

Ip/dpa/ots

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