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Governo confirma dois casos atípicos de vaca louca

4 de setembro de 2021

Exportações de carne bovina para China foram suspensas temporariamente. Casos ocorreram em frigoríficos de Minas Gerais e Mato Grosso. Ministério da Agricultura informou que não há riscos para a saúde humana e animal.

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Foto mostra quatro bovinos em um pasto, atrás de uma cerca. Desfocado, ao fundo, há mais dois bovinos.
De acordo com o Ministério da Agricultura, o Brasil nunca registrou um caso de vaca louca clássicaFoto: Mario Tama/Getty Images

O Ministério da Agricultura confirmou neste sábado (04/09) dois casos atípicos de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), doença conhecida como o "mal da vaca louca".

Desta forma, todas as exportações de carne bovina para a China foram interrompidas temporariamente, conforme prevê acordo sanitário entre os dois países. A comercialização será retomada quando as autoridades chinesas concluírem a avaliação das informações já repassadas sobre os casos.

Somente em 2021, o Brasil já exportou mais de 3,5 bilhões de dólares em carne bovina fresca, refrigerada ou congelada para a China, de acordo com o jornal O Globo.

A pasta da Agricultura também informou que todas as ações cabíveis já foram realizadas e garante que não há risco para a saúde humana e animal.

"Todas as ações sanitárias de mitigação de risco foram concluídas antes mesmo da emissão do resultado final pelo laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Alberta, no Canadá", diz o ministério em nota.

Casos em MG e MT

Os dois casos foram detectados em inspeção com os animais ainda vivos, em frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e de Belo Horizonte (MG). Ambos os bovinos tinham idade avançada.

Em mais de 23 anos de vigilância no Brasil, esses são o quarto e o quinto casos da doença, afirma o ministério.

A pasta também destaca no comunicado que o Brasil "mantém sua classificação como país de risco insignificante para a doença, não justificando qualquer impacto no comércio de animais e seus produtos e subprodutos".

Nos casos atípicos, o animal, geralmente já de idade avançada, desenvolve a doença de forma espontânea. Na vaca louca clássica, o principal meio de contaminação é através da ingestão pelo bovino de alimentos de origem animal, prática proibida no Brasil. 

Causado por proteínas alteradas, o mal da vaca louca foi identificado na década de 1980. No auge da epidemia no Reino Unido, em 1992, mais de 37 mil casos foram confirmados. A doença pode ser transmitida ao homem pela ingestão de carne contaminada e permanecer incubada por décadas. Quando ataca, a doença degenerativa é incurável e leva à morte.

De acordo com o Ministério da Agricultura, o Brasil nunca registrou um caso de vaca louca clássica.

Em 2019, um caso atípico de vaca louca também fez o Brasil suspender temporariamente as exportações para China.

le (ots)