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Governo alemão pede uso do quipá em solidariedade a judeus

28 de maio de 2019

Após enxurrada de críticas por desaconselhar judeus a usarem chapéu característico do judaísmo, comissário alemão para combate ao antissemitismo pede que cidadãos vistam quipá em dia de protestos contra Israel.

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Quipás empilhados
Comissário alemão havia alertado judeus contra uso do quipá devido a aumento de crimes antissemitasFoto: picture-alliance/NurPhoto/A. Widak

O comissário do governo alemão para o combate ao antissemitismo voltou atrás em sua recomendação para que os judeus no país não usassem o quipá em público, em razão do aumento de ataques antissemitas na Alemanha.

Após a indignação gerada pelo alerta aos judeus – classificado pelo presidente israelense Reuven Rivlin de "capitulação ao antissemitismo" por parte da Alemanha – o comissário Felix Klein pediu aos alemães que usem o quipá no próximo sábado, no chamado Dia de Al-Quds, marcado por protestos contra Israel e em apoio aos palestinos.

Klein convocou todas as pessoas a usarem o quipá – a cobertura para a cabeça característica do judaísmo – em uma demonstração de solidariedade e de atitude positiva em relação à diversidade e liberdade religiosa.

"Convoco todos os cidadãos de Berlim e em toda a Alemanha a vestir o quipá no próximo sábado", disse o comissário, afirmando que se incitará novamente contra os judeus por ocasião do Al-Quds.

"Se políticos e a sociedade unirem forças para lutar contra o antissemitismo, poderemos ter uma chance real de vencer essa luta", disse Klein em declaração divulgada pelos portais do grupo de mídia alemão Funke.

Klein defendeu suas declarações anteriores mencionando um  aumento de 20% dos crimes antissemitas no país de 2017 para 2018. Segundo o Ministério do Interior, nove em cada dez  casos teriam sido praticados por indivíduos que apoiam grupos de extrema direita.

A marcha anual do Al-Quds – nome árabe de Jerusalém – reúne diversos grupos de oposição a Israel em Berlim,desde simpatizantes de grupos islamistas como Hamas e Hisbolá até neonazistas. A data foi estabelecida em 1979 pelo líder religioso iraniano aiatolá Khomeini, em protesto ao direito autoproclamado pelos israelenses de exercer soberania sobre Jerusalém.

O objetivo da comemoração anual, que marca o fim do mês sagrado dos muçulmanos, o Ramadã, é recordar a ocupação do leste de Jerusalém por Israel, na Guerra dos Seis Dias de 1967, conclamando a comunidade islâmica internacional à "libertação" e mobilizando-a contra o Estado judaico.

RC/dpa/epd/afp

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