Violência no Quênia
2 de janeiro de 2008O governo alemão não pretende suspender a ajuda econômica ao Quênia, apesar da onda de violência naquele país africano. Segundo disse um porta-voz do Ministério alemão de Cooperação Econômica nesta quarta-feira (2/01), a Alemanha destina 24 milhões de euros por ano ao Quênia, a título de ajuda ao desenvolvimento.
Como a quantia é aplicada, em primeira linha, no abastecimento de água, na saúde e na agricultura, os beneficiados diretos são a população e as crianças, acrescentou a fonte. A onda de violência causada pela insatisfação com o resultado oficial da eleição presidencial divulgado no último final de semana já causaram mais de 250 mortes.
Adiar viagens planejadas
O Ministério alemão das Relações Exteriores não expediu uma advertência oficial em relação à instabilidade no Quênia, mas sugere o adiamento da viagem para quem tem planos de fazer turismo naquele país do Leste africano.
Aos alemães que se encontram no Quênia, o ministério recomenda manter distância de manifestações políticas ou aglomerações humanas e de bairros pobres. Em alguns locais, os turistas são advertidos a não deixar o hotel.
A embaixada alemã em Nairóbi está enviando mensagens pelo celular ou tentando contato direto com os alemães que estão no país. As agências alemãs de viagem estão oferecendo gratuitamente transferências de vôos.
Uma pesquisa da agência de notícias DPA junto a diversas operadoras alemãs de turismo revelou que os turistas que estão no Quênia mal estão percebendo os conflitos no país.
Como medida preventiva, a ONG Ação Agrária Alemã fechou seu escritório em Nairóbi, recomendando aos seus funcionários que trabalhem em casa. Segundo a porta-voz da organização, seus funcionários foram proibidos de sair às ruas. No local, trabalham oito alemães, um norte-americano e cem quenianos.
Turismo é importante fonte de renda
"A situação é normal nas áreas turísticas do litoral", disse Torsten Schäfer, da Associação Alemã de Agências e Operadoras de Viagem (DRV). A principais regiões atingidas pela onda de violência seriam a capital, Nairóbi, e as periferias dos centros urbanos.
Segundo Schäfer, atualmente encontram-se entre 3 mil e 4 mil turistas alemães no Quênia. Excursões à capital e à cidade portuária de Mombasa, assim como alguns safáris foram cancelados.
Se os turistas deixarem de visitar o país, as conseqüências econômicas poderão ser graves, já que a indústria do turismo contribui com 14% do Produto Interno Bruto (PIB) do Quênia.
O turismo é um setor que prosperou nos últimos anos, graças à estabilidade do país e às exuberantes praias na costa do Oceano Índico. Também a abertura aos investidores estrangeiros ajudou a impulsionar a economia, cujo crescimento passou de 3% em 2003 para 6,5% em 2006. (rw)