Conjuntura
14 de dezembro de 2008"Vejo esse econtro como o ponto de partida para uma cooperação muito estreita entre todos os membros da nossa sociedade", afirmou Merkel neste domingo (14/12), por ocasião do encontro convocado pelo governo alemão para debater a situação do país. Segundo a premiê alemã, a principal questão é definir "que assumiremos, juntos, a responsabilidade". No próximo 5 de janeiro, a coalizão de governo deverá se reunir para discutir a respeito de medidas concretas de combate à crise.
Sem fogo de palha
Merkel afirmou ao jornal Bild am Sonntag que os representantes do governo, da indústria e dos sindicatos, reunidos em Berlim, estão estudando "as possibilidades de reagirem rapidamente, caso a crise piore". A premiê pretende se reunir, ainda esta semana, com os governadores dos estados alemães, a fim de debater uma antecipação da liberação de recursos a serem investidos em infra-estrutura no país. "Tudo o que fizermos no próximo ano deverá fortalecer a Alemanha e não ser fogo de palha", concluiu Merkel.
Receio de demissões em massa
Representantes do governo ressaltam que o encontro em Berlim tem por meta estabelecer um consenso a respeito das formas de desenvolvimento da economia do país no ano de 2009. Uma das principais preocupações dos presentes é a segurança de postos de trabalho.
Ao jornal Bild am Sonntag, Merkel reafirmou estar "absolutamente convencida de que nós, alemães, iremos vencer este desafio". Também o ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, assinalou que evitar demissões em massa e, com elas, um alto índice de desemprego, é uma das tarefas principais do governo em relação a 2009.
Críticas ao governo
O primeiro programa anunciado por Berlim levantou uma série de críticas dentro e fora do país. Para Paul Krugman, prêmio Nobel de Economia, Merkel e seu ministro das Finanças, Peer Steinbrück, não demonstraram a seriedade necessária para lidar com a crise.
Krugman afirmou que o governo em Berlim perdeu um tempo precioso tanto para a própria Alemanha quanto para a Europa como um todo. Em entrevista ao semanário Der Spiegel, e economista disse que a divisão do país no passado dever ter bloqueado a flexibilidade mental dos governantes de compreenderem a gravidade da situação que estão tentando manter sob controle.
Redução de impostos
Segundo a revista Wirtschaftswoche, o governo trabalha, no momento, num segundo programa de auxílio à conjuntura, que prevê a liberação de pelo menos 30 bilhões de euros.
Embora o porta-voz do governo em Berlim tenha desmentido que estaria sendo arquitetado um novo plano econômico, circulam rumores de o novo pacote deverá ser anunicado após a posse de Barack Obama como presidente dos Estados Unidos, em janeiro próximo. Deste pacote constariam medidas como a redução dos impostos, incentivos fiscais para contribuintes de baixa renda e medidas de melhoria da infra-estrutura no país.
Merkel encontra-se pressionada a aplicar novas medidas que ajudem a economia alemã a sair da recessão. Segundo uma pesquisa realizada pela rede de televisão ARD, 75% dos alemães acham que a economia vai mal, embora mais de 66% dos entrevistados tenham dito que suas situações financeiras pessoais ainda são boas.