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Ameaça terrorista

17 de novembro de 2010

Quatro extremistas treinados pela Al Qaeda estariam a caminho da Alemanha para cometer atentados ainda este mês, divulgou imprensa alemã. Ministério do Interior adverte população de risco de iminentes atos de terrorismo.

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Thomas de MaizièreFoto: picture-alliance/dpa

O ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, comunicou que extremistas islâmicos estão planejando atentados na Alemanha nas próximas duas semanas. Nesta quarta-feira (17/11), ele anunciou medidas de segurança mais rigorosas e controles policiais mais intensos nos aeroportos, em estações ferroviárias e nas fronteiras do país.

O ministro apenas advertiu que eventuais atentados por parte de radicais muçulmanos no exterior, sem fornecer detalhes. Ele fez um apelo, a fim de que a população se mantenha alerta, mas assegurou que não há razão para pânico. "Há motivos de preocupação, mas nenhuma razão para histeria", ressaltou, informando que os órgãos de segurança vão fazer tudo para evitar eventuais atos de terrorismo.

Quatro terroristas a caminho da Alemanha

No fim de semana, a revista Focus havia relatado sobre uma advertência das autoridades de segurança norte-americanas ao governo alemão, segundo a qual um comando terrorista de quatro pessoas estaria se dirigindo à Alemanha.

Dois indianos e dois paquistaneses teriam sido preparados em campos de treinamento na Ásia Central e estariam planejando para novembro um atentado na Alemanha em nome da organização extremista islâmica Al Qaeda.

A revista também relatou que, segundo um documento secreto do Departamento Federal de Investigações (BKA), a Al Qaeda estaria planejando continuamente "atentados na Alemanha, em países europeus e nos EUA".

Segundo o diário berlinense Der Tagesspiegel, os órgãos norte-americanos de segurança apontaram o dia 22 de novembro como data de chegada dos terroristas no país. Teme-se que o alvo dos atentados sejam as feiras de Natal ou lugares semelhantes de aglomeração de pessoas. O jornal também menciona o Reino Unido como alvo de atentados iminentes.

O mentor do ato de terrorismo seria possivelmente o paquistanês Muhammad Ilyas Kashmiri, líder da Al Qaeda, relata o diário. Foi Kashmiri que planejou, em fevereiro passado, o atentado no estabelecimento German Bakery, na cidade indiana de Pune. A explosão no local frequentado por turistas causou 17 mortes e deixou 60 feridos, entre os quais um alemão.

Quanto aos atuais planos de atentado, o Tagesspiegel relatou que a identidade dos terroristas recrutados pela Al Qaeda na fronteira do Afeganistão com o Paquistão ainda não foi esclarecida. Supostamente, eles viajariam via Índia e Emirados Árabes. O Departamento Federal de Investigações está averiguando há alguns dias todos os pedidos de visto expedidos pelas embaixadas alemãs no Paquistão, na Índia e nos Emirados Árabes.

Coincidência de pistas agrava risco de terrorismo

O ministro De Maizière confirmou que as autoridades alemãs partiram de pistas apontadas por diversas fontes e concluíram unanimemente que a situação de segurança do país se alterou. Embora desde o segundo trimestre de 2009 já existissem indícios de atentados terroristas planejados contra os EUA, a Europa e a Alemanha, as informações não levaram a nenhuma pista concreta.

No entanto, aspectos novos colocaram as autoridades alemãs em alerta. No final de outubro, pacotes-bomba enviados em dois aviões vindos do Iêmen haviam causado apreensão internacional. A autoria dos atos de terrorismo fracassados foi assumida por militantes da Al Qaeda na Península Arábica. Isso foi interpretado como sinal de persistência e capacidade de adaptação dos extremistas islâmicos.

A isso se acrescentaram as recentes advertências vindas do exterior. "A partir de pistas fornecidas por aliados estrangeiros após a tentativa de atentado planejada no Iêmen, outro ato terrorista estaria sendo armado para final de novembro", declarou De Maizière.

Além disso, as pistas provindas de diversas fontes coincidem quanto ao teor e as indicações temporais, o que levou as autoridades a reavaliar a situação de segurança do país. O grau de ameaça é comparável ao estimado durante as eleições parlamentares alemãs em 2009. Na época, vídeos com ameaças de terrorismo por parte de extremistas muçulmanos levaram as autoridades alemãs a reforçar a segurança em todo o país.

Cautela sem histeria

O ministro De Mazière não se pronunciou sobre alvos concretos de atentado. "Evidentemente também desejaríamos algo mais concreto, mas isso só vai se revelar no decorrer das investigações", declarou.

Além de reforçar o contingente policial nos aeroportos e estações ferroviárias, o governo considera necessário aumentar a proteção de determinados locais de competência estadual. O controle das fronteiras alemãs, tornado obsoleto pelo Tratado de Schengen, poderá ser reintroduzido, dependendo da situação. De qualquer forma, a presença militar e policial nas fronteiras será reforçada.

Ao contrário de Washington, o governo alemão se portou até agora com grande moderação em relação a advertências de terrorismo. Há duas semanas, o ministro do Interior se dirigiu pela primeira vez à população, recomendando maior cautela.

Nesta quarta-feira, ele voltou a fazer um apelo para que os cidadãos comuniquem às autoridades qualquer fato que lhes pareça suspeito, sejam bolsas abandonadas ou comportamentos incomuns.

Ao mesmo tempo, ele recomendou que seja mantida a calma. "Os indícios são concretos, mas não justificam e não podem justificar que mudemos totalmente nossa vida. Não vamos deixar o terrorismo internacional limitar os nossos hábitos de vida e nossa cultura libertária", declarou De Mazière.

De qualquer forma, as medidas policiais serão visíveis à população, assegurou o ministro, acrescentando que também haverá ações de prevenção imperceptíveis.

SL/dpa/rtdt/afp
Revisão: Roselaine Wandscheer

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