Fora da China
23 de março de 2010O desentendimento entre o Google e o governo em Pequim alcançou um novo patamar. A empresa norte-americana anunciou nesta segunda-feira (22/03) que não censurará sua oferta em chinês, transferindo-a entretanto inteiramente para Hong Kong.
Com o fechamento do serviço de busca na China, os internautas chineses passaram a ser redirecionados para um servidor em Hong Kong – que, a princípio, não filtra os resultados da busca.
Segundo relatos da edição online do diário norte-americano New York Times, as autoridades chinesas reagiram à medida do Google, bloqueando parcialmente o acesso dos usuários chineses ao serviço de busca que funciona a partir de Hong Kong, www.google.com.hk.
No entanto, a China fez questão de ressaltar que a desavença não deve interferir nas relações com os Estados Unidos. Segundo Qin Gang, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, trata-se de "um caso estritamente comercial". "O mercado chinês é completamente aberto", acrescentou ele.
Apesar da retaliação, o Google deverá manter seu centro de pesquisa na capital chinesa. Os serviços de mapas, e-mail, aplicativos de celulares e a ferramenta de tradução continuam funcionando no site chinês da empresa.
Briga e mercado na China
A troca de farpas entre o Google e o governo chinês já dura alguns meses, mas se agravou depois que a empresa norte-americana divulgou publicamente que teria sofrido um ataque virtual no país. Segundo foi noticiado na época, o objetivo dos hackers era invadir a conta de e-mail de ativistas chineses de direitos humanos.
A empresa norte-americana chegou ao país em 2006, depois de concordar em filtrar as páginas que oferecessem conteúdo proibido segundo a legislação chinesa.
Na briga pelo mercado de internet chinês, o maior do mundo com seus 384 milhões de usuários online, o Google ocupa o segundo lugar. O primeiro posto é do site de busca local Baidu.
O governo de Hong Kong, por sua vez, garante acesso irrestrito à internet no país. Segundo declarações oficiais, o governo "não censura o conteúdos dos sites e respeita completamente a livre circulação de informações."
NP/afp/dpa
Revisão: Simone Lopes