Debate
3 de junho de 2008Em seguida, algumas declarações dos participantes.
Muamar Orabi (Watan TV, Kuwait)
"Enfrentamos oposição, a Watan TV foi fechada várias vezes e totalmente destruída pela autoridade de Israel em 2002. Porém [...] um ambiente midiático na Palestina, o que fazemos agora é só tentar levantar nossa voz para refletir o que está acontecendo na base. Não precisamos [...] de mentiras ou preconceitos, pois os fatos são muito claros."
Jacky Sutton (Manager Media Projects, UNDP-Iraque, filial Aman)
"A idéia de que, de algum modo, um único jornalista abarcará toda a verdade... Faz uns 80 anos que Gertrude Stein disse: 'Uma rosa é uma rosa é uma rosa'. Cada atividade, cada incidente, tem perspectivas múltiplas, e hoje em dia, com a internet, a convergência, com todos os tipos de mídia chegando a nós de toda a parte... Os blogs refletem de maneira incrível o que está acontecendo no Oriente Médio. Como qualquer área do mundo, é simplesmente impossível dizer 'esta é a verdade última', pois há interesses demais. E por isso o papel dos profissionais dna mídia operando nessa área, ou em qualquer área, é precisamente este: ser profissional e ser responsável."
David Witzthum (apresentador e redator chefe do Canal 1 da TV israelense e docente das universidades de Tel Aviv e Hebraica de Jerusalém)
"Entrevistamos no rádio, quase todos os dias, líderes hebraicos e porta-vozes do Hamas – simplesmente porque eles passaram tantos anos em prisões israelenses que falam hebraico muito bem. Então usamos essas fontes [...] e os conhecemos pelos nomes próprios. Então, se o governo os combate, eles são inimigos ferrenhos, mas conversamos com eles na rádio o tempo inteiro. Isso promove a paz? Promove conflito? Não sei. Mas, de qualquer modo, há uma noção entre opinião pública israelense de que é possível conversar com o Hamas."
Salameh B. Nematt (jornalista, ex-diretor do jornal pan-árabe Al-Hayat)
"Num certo sentido, o terrorismo deles é legitimado, quer seja na Palestina ou no Iraque ou em qualquer lugar no mundo, pois eles o descrevem como 'resistência'. E, de um certo modo, ao legitimar o terrorismo, você está ajudando a conquistar recrutas para a Al Qaeda, para esse tipo de resistência. Até hoje, a Al Djazira não diz: 'Isto é terrorismo'. Não é a palavra que usam, referem-se a ele como 'o assim chamado terrorismo', 'o que outras pessoas descrevem como tal'. Eles não. Eles acham que é legítimo." (av)