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Gibraltar autoriza partida de petroleiro iraniano

15 de agosto de 2019

Embarcação havia sido detida em julho por militares britânicos por suspeita de violar sanções contra a Síria. Estados Unidos pediram que governo do território não autorizasse que navio zarpasse.

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Supertanker «Grace 1» liegt vor Gibraltar
O Grace 1 foi capturado em 4 de julho pela polícia de Gibraltar e por forças especiais britânicas, o que provocou uma nova crise diplomática entre Teerã e LondresFoto: AFP/J. Guerrero

A Suprema Corte de Gibraltar decidiu nesta quinta-feira (15/08) liberar o petroleiro iraniano Grace 1, que estava retido no território desde o dia 4 de julho.

A decisão foi tomada depois que as autoridades de Gibraltar, um território britânico no sul da península ibérica, receberam do Irã garantias de que a carga da embarcação petróleo não será desembarcada na Síria.

Em comunicado, o ministro-chefe de Gibraltar, Fabian Picardo, informou a liberação da embarcação e disse que no momento da detenção do navio havia provas de que a carga, 2,1 milhões de barris, estava sendo levada para a refinaria de Baniyas, na Síria. A matéria-prima pertence à Companhia Nacional de Petróleo do Irã.

A Síria foi punida pela União Europeia pela repressão exercida pelo regime do ditador Bashar al Assad contra a população civil e, entre as sanções, estão o corte no fornecimento de petróleo.

Picardo disse que nas últimas semanas teve reuniões e conversas com representantes do Irã para diminuir a tensão e facilitar a liberação do petroleiro depois que todos os requisitos legais fossem atendidos.

As garantias chegaram por escrito na última terça, segundo o ministro, que retirou as acusações contra o navio nesta quinta, o que motivou a Suprema Corte a liberá-lo.

Mais cedo, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos solicitara que fosse iniciado um novo procedimento legal para que o petroleiro continuasse detido, mas não chegou a apresentar um pedido formal à Justiça de Gibraltar.

O Grace 1 foi capturado em 4 de julho pela polícia de Gibraltar e por forças especiais britânicas, o que provocou uma crise diplomática entre Teerã e Londres. O Irã acusou o Reino Unido de "pirataria" e garantiu que seu petroleiro navegava em águas internacionais.

Depois disso, em 19 de julho, no Estreito de Ormuz, o Irã reteve o cargueiro britânico Stena Impero, alegando desrespeito do "código marítimo internacional". A decisão foi encarada como represália.

Nesta quinta, o Reino Unido voltou a pedir a Teerã que libere sua embarcação. A imprensa britânica especula se a liberação do navio iraniano faz parte de uma troca pelo cargueiro britânico.

JPS/efe/ots/afp

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