Cúpula do G20
15 de novembro de 2008Neste sábado (15/11), os chefes de Estado e governo das potências econômicas mundiais que fazem parte do G20 se encontram, em Washington, à procura de soluções para a atual crise financeira.
No contexto do encontro do G20, o anfitrião George W. Bush clamou por atos resolutos na luta contra a crise. Ao mesmo tempo, Bush salientou que "este problema não nasceu do dia para noite e desta forma também não será resolvido". Já no começo do encontro que reúne 20 das maiores economias do mundo, inclusive o Brasil, ficou claro que os Estados ali reunidos querem tomar decisões concretas.
Bush apontou como tarefa da cúpula o estabelecimento de um plano de ação, que estipule princípios para uma melhor regulação e controle do sistema financeiro. O ministro alemão das Finanças, Peer Steinbrück, declarou que as chances para uma reformulação do sistema financeiro mundial nunca estiveram tão favoráveis.
Pouco antes do início das reuniões, a chanceler federal alemã Angela Merkel advertiu da necessidade de uma ação rápida. Merkel afirmou que o fato de os mercados financeiros começarem a se acalmar não deve ser razão para diminuir os esforços em prol de uma reforma.
Emergentes autoconfiantes
Na sexta-feira (14/11), havia sido anunciado que os países do G20 pretendem fechar, futuramente, todas as lacunas existentes no controle dos abalados mercados financeiros mundiais. Em Washington, é sabido que todos os chefes de Estado e governo concordam com o princípio fundamental que rege o encontro: a reforma do sistema financeiro global. Esta deverá ser a proposição central da declaração final da cúpula após as reuniões deste sábado.
O ministro alemão das Finanças declarou, no entanto, que as expectativas do encontro não devem ser exageradas. Segundo Steinbrück, a Alemanha já se contentaria se a cúpula acertasse um plano para as primeiras tarefas concretas que, em parte, poderiam ser trabalhadas até 31 de março de 2009.
Steinbrück disse ainda que, devido à composição dos membros da cúpula, a tomada de decisões não é fácil. Os países emergentes teriam vindo com elevadas exigências financeiras aos países industrializados. "E eles estão mais autoconfiantes do que nunca", declarou o ministro.
Fechamento de lacunas
Seguindo o princípio da vigilância mais acirrada, a declaração final do encontro deverá prever o controle de todos os mercados financeiros, dos produtos financeiros e daqueles que atuam no mercado financeiro. Os ministros das Finanças do G20 deverão desenvolver regras concretas para uma série de campos de atividades.
As primeiras sugestões deverão ser apresentadas até o final de março próximo, sendo então ratificadas pelos chefes de Estado e governo numa próxima cúpula, da qual participará o presidente eleito norte-americano, Barack Obama. Ele não está participando do atual encontro do G20, mas aproveitou o evento para encontrar-se com representantes de mais de dez países, entre eles, da Alemanha.