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Fundador do Wikileaks se refugia na Embaixada do Equador em Londres

20 de junho de 2012

Australiano Julian Assange pede asilo ao Equador. A intenção é evitar extradição para Suécia, onde ativista da internet deve responder à acusação de crimes sexuais. Assange será preso caso deixe a embaixada.

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Foto: dapd

Julian Assange, fundador da plataforma Wikileaks, pediu asilo ao Equador, refugiando-se na embaixada do país sul-americano em Londres, onde, segundo o Ministério do Exterior britânico, se encontra em "território diplomático" e "fora do alcance da polícia". Nesta quarta-feira (20/06), a Scotland Yard anunciou que Assange seria preso se deixasse a embaixada.

O pedido de asilo do australiano, de 40 anos, provavelmente será recusado, e ele será enviado para a Suécia para responder à acusação de crimes sexuais, disse o advogado sueco das duas supostas vítimas de Assange nesta quarta-feira.

"Não posso imaginar que o Equador lhe dará asilo", disse o advogado Claes Borgström. Se o país o fizesse, "estaria se colocando acima do mandado de prisão europeu". "Trata-se de uma nova tentativa de parar ou postergar o processo legal pelo qual ele tem de passar na Suécia para que a justiça seja feita", considera.

Assange não nega ter tido relações sexuais com duas voluntárias do Wikileaks na Suécia durante um seminário em agosto de 2010, mas insiste que as relações foram consentidas. Ele alega haver motivos políticos por trás das tentativas de extraditá-lo.

Segundo o ativista da internet, o real objetivo das acusações seria entregá-lo às autoridades norte-americanas. O Wikileaks enfurecera Washington ao divulgar informações confidencias dos EUA sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão.

Tentativa final

Antes de pedir asilo na Embaixada do Equador, o australiano passou por todas as instâncias jurídicas em Londres, até ter sua apelação final negada pelo Supremo Tribunal Britânico em 14 de junho. Assim, falhara a tentativa de evitar a extradição diante dos juízes britânicos.

Borgström descreveu o pedido de asilo de Assange como algo "único", ressaltando que "geralmente as pessoas buscam asilo porque não conseguem ter a proteção que necessitam em seus próprios países".

Thomas Olsson, advogado de Assange, disse à emissora SR nesta quarta-feira estar "totalmente surpreso" sobre a atitude do ativista. O período de extradição de dez dias começa em 28 de junho.

A Promotoria Pública sueca, que emitiu o mandado de prisão europeu para Assange e espera que ele esteja em breve na Suécia, disse que não iria comentar o pedido de asilo por enquanto, afirmando apenas que o requerimento "não tem nada a ver com a investigação criminal sueca".

LPF/afp/dpa
Revisão: Carlos Albuquerque