França e Alemanha querem aprofundar relações
26 de outubro de 2004O chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, e o presidente da França, Jacques Chirac, conversaram nesta terça-feira (26/10), em Berlim, sobre um aprofundamento das relações bilaterais. Ambos desejam incentivar o aprendizado do idioma do país amigo nas escolas, assim como tornar mais compatíveis seus cursos profissionalizantes. Outros temas foram a reforma do Departamento Franco-Alemão para a Juventude (OFAJ), que existe há 41 anos, e o projeto de um livro de História franco-alemã.
Turquia e a UE
O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, encontrou-se com ambos à noite. Os três assinaram um acordo para a compra de 36 aviões do tipo Airbus pela empresa Turkish Airlines, no valor de 2,8 bilhões de dólares. Da pauta do encontro constou ainda o ingresso da Turquia na União Européia. Em 17 de dezembro uma cúpula da UE decidirá sobre o eventual início de negociações neste sentido.
O premiê alemão é o principal defensor da filiação da Turquia ao bloco europeu, apesar da resistência da oposição conservadora e das dúvidas entre alguns de seus co-partidários social-democratas. Chirac apóia igualmente a intenção turca, porém a ressonância em seu partido é extremamente reduzida.
A líder democrata-cristã, Angela Merkel, criticou a reunião a três: um encontro "tão demonstrativo" a poucas semanas da cúpula em Bruxelas é, em sua opinião, "um falso sinal".
Europa quer superar EUA até 2010
Schröder e Chirac debateram ainda sobre um processo de reforma que fortaleça a competitividade da União Européia. Esta tem como meta tornar-se, até 2010, a região mais competitiva do mundo, superando os Estados Unidos. Uma equipe de especialistas entregou aos ministros das Finanças Wolfgang Clement (Alemanha) e Nicolas Sarkozy (França) um relatório sobre as reformas já realizadas nos dois países. Sua recomendação é manter o curso.
Os ministros almejam uma colaboração "a mais estreita possível" na política industrial. O encontro relaxou a tensão reinante entre os dois países, desde que Sarkozy apoiara a incorporação da empresa farmacêutica franco-alemã Aventis pela rival francesa Sanofi. Além disso, Sarkozy opusera-se aos planos da alemã Siemens de assumir alguns setores de sua concorrente francesa Alstom.