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França convoca seus embaixadores nos EUA e na Austrália

18 de setembro de 2021

Iniciativa foi anunciada depois que Austrália cancelou acordo com a França para comprar submarinos nucleares dos Estados Unidos. Casa Branca diz lamentar decisão de Paris.

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Marinheiros em cima de submarino
Austrália afirmou que decisão leva em consideração "novo ambiente estratégico"Foto: Navy Office of Information/AP/dpa/picture alliance

O governo francês anunciou nesta sexta-feira (17/09) que convocou seus embaixadores nos Estados Unidos e na Austrália a retornarem a Paris.

O ministro do Exterior da França, Jean-Yves Le Drian, disse que a ordem havia sido determinada pelo presidente Emmanuel Macron.

A iniciativa foi tomada depois de a Austrália ter anunciado na quinta-feira que havia cancelado um acordo com a França no valor de 40 bilhões de euros (R$ 248 bilhões) para construir submarinos diesel-elétricos.

No lugar, o governo australiano decidiu comprar submarinos nucleares dos Estados Unidos, como parte de um pacto para fazer frente à China, que tem a participação também do Reino Unido.

O que a França disse?

Em comunicado, Le Drian enfatizou que a decisão da França "é justificada pela gravidade excepcional dos anúncios".

O governo francês reagiu com raiva ao acordo entre a Austrália e os Estados Unidos, mas Macron não fez comentários sobre o tema desde que o presidente americano, Joe Biden, fez o anúncio na quarta-feira.

A convocação dos embaixadores da França nos Estados Unidos e na Austrália, dois aliados próximos de Paris, é inédita.

Como Washington respondeu?

A Casa Branca disse nesta sexta-feira que lamentava a decisão da França, mas que vai trabalhar para resolver o problema diplomático.

Apear de a China não ter sido mencionada no anúncio do acordo, Biden falou sobre "ameaças em rápida evolução" como um dos motivos para a aliança entre Austrália, Reino Unido e Estados Unidos.

A Embaixada da França em Washington também cancelou um evento de gala que iria celebrar nesta sexta-feira as relações bilaterais entre os dois países.

Por que a Austrália cancelou o acrodo?

O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, reconheceu os danos à relação bilateral com a França, mas disse que havia avisado Macron sobre o plano em junho, em um jantar em Paris.

Morrison disse a uma rádio australiana que a escolha havia sido feita tendo em vista "o novo ambiente estratégico que estamos enfrentando".

A França vem pressionado há anos para que a União Europeia tenha uma estratégia política, econômica e militar conjunta para a região do Pacífico. Nesta semana, o bloco divulgou seus planos para o Indo-Pacífico.

bl/as (DW, AP, AFP, Reuters)