Fluxo de migrantes dobra na rota dos Bálcãs
16 de agosto de 2015Agências humanitárias privadas alertaram neste domingo (16/08) que o número de pessoas que tentam atravessar a fronteira entre Macedônia e Grécia dobrou em apenas uma semana. Atualmente, cerca de 2 mil migrantes por dia realizam a rota para chegar à Europa Ocidental.
Na cidade fronteiriça de Gevgelija, na Macedônia, centenas de pessoas, algumas usando da violência, tentam obter alguns dos lugares nos poucos trens que vão em direção à Sérvia. Na ilha grega de Kos, os refugiados ganharam abrigo temporário, após confrontos registrados do dia anterior.
Entidades acreditam que o aumento do fluxo na fronteira greco-macedônia tem relação com os planos do governo da Hungria de proteger suas fronteiras externas da UE com a construção de uma cerca de arame farpado. Cada vez mais pessoas chegam à Europa Ocidental e do Norte vindas de Síria, Afeganistão e Paquistão através da chamada rota dos Bálcãs.
Na ilha grega de Kos, onde refugiados vivem acampados no calçadão da praia, não têm local para tomar banho e dispõem de poucos alimentos, há sinais de esperança. Neste domingo, mais de 300 pessoas foram acomodadas no navio Eleftherios Venizelos. A embarcação deverá fornecer alojamento temporário para até 2.500 refugiados durante cerca de duas semanas.
Separação de nacionalidades
As autoridades da Grécia decidiram, por razões de segurança, que apenas sírios podem entrar na embarcação para evitar conflitos entre migrantes de nacionalidades diferentes. No sábado, a imprensa local registrou confrontos entre cerca de 50 afegãos, iraquianos e paquistaneses em frente à delegacia de polícia de Kos.
O tumulto começou quando os migrantes esperavam para serem registrados no local. O estádio de futebol, onde as inscrições eram realizadas, foi fechado. Este ano, 124 mil refugiados já chegaram à Grécia.
No mesmo dia, pelo menos 40 migrantes foram encontrados mortos pela Marinha italiana. As vítimas, que tentavam chegar à Europa vindas da costa Líbia, morreram sufocadas no porão do barco que trafegava pelo Mar Mediterrâneo. Na embarcação havia mais de 300 pessoas.
Massimo Tozzi, comandante do navio da marinha Cigala, unidade responsável pelo resgate, confirmou o salvamento de "319 pessoas de várias nacionalidades, entre elas 45 mulheres e 3 menores de idade".
MD/dpa/rtr/afp