1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Fitch retira selo de bom pagador do Brasil

Fernando Caulyt16 de dezembro de 2015

Agência de classificação de risco reduz nota de BBB- para BB+, e mantém perspectiva negativa. A deterioração do cenário doméstico, afirma, aumenta os desafios das autoridades para tomar medidas políticas corretas.

https://p.dw.com/p/1HOKm
Firmenschild Ratingagentur Fitch New York USA
Foto: picture-alliance/dpa

A agência de classificação de risco Fitch retirou nesta quarta-feira (16/12) o selo de bom pagador do Brasil. A nota foi cortada de BBB- para BB+ e, de acordo com a instituição, a perspectiva permanece negativa, o que significa que ela poderá rebaixar o país, mais uma vez, nos próximos meses.

Em comunicado, a Fitch afirmou que o rebaixamento do Brasil reflete uma recessão mais profunda do que previsto anteriormente; a contínua evolução fiscal desfavorável; e o aumento da incerteza política, que pode prejudicar ainda mais a capacidade do governo de implementar as medidas fiscais para estabilizar o país.

"Os destaques negativos continuam incertos e geram riscos de deterioração relacionados às evoluções econômicas, fiscais e políticas", afirma a nota. "A deterioração do cenário doméstico aumenta os desafios das autoridades para tomar medidas políticas corretas e oportunas para apoiar a confiança e melhorar as perspectivas de crescimento, a consolidação fiscal e a estabilização da dívida."

A agência lembra ainda a contração da economia de 1,7% no terceiro trimestre de 2015 em relação aos três meses anteriores. Em comparação ao terceiro trimestre do ano anterior, o PIB recuou 4,5% em 2015, a maior queda desde o início da série histórica do IBGE, iniciada em 1996. Agora, a instituição prevê a queda da economia de 3,7% (2015) e 2,5% (2016).

O aumento das taxas de desemprego, a restrição de crédito, a queda da confiança e a alta inflação estão pesando sobre o consumo. Além disso, diz a agência, as incertezas políticas, o mal-estar do setor de construção civil e as repercussões negativas da operação Lava Jato, entre outros, dificultam o investimento.

"O ambiente externo continua sendo difícil para o Brasil, com a queda dos preços das commodities, a desaceleração da China e o aperto das condições financeiras internacionais", frisou.

Agora, o Brasil é considerado grau especulativo por duas agências – além da Fitch, a Standard&Poor's cortou a nota do país em setembro. A nota dada por agências de classificação de risco serve para que investidores saibam o grau de risco dos títulos que estão adquirindo.