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Fitch corta rating da Argentina para "CCC"

17 de agosto de 2019

Agência de rating reduz nota da Argentina de "B" para "CCC" e prevê retração da economia em 2,5% neste ano. Corte em dois níveis reflete incerteza política e uma falência estatal é cada vez mais provável, diz agência.

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Währungskrise in Argentinien Argentinische Pesos
Após colapso da Bolsa de Valores, agência de rating corta nota de crédito argentina em dois níveisFoto: AFP/J. Mabromata

A agência de classificação de risco de crédito Fitch cortou a nota da Argentina de "B" para "CCC", de acordo com um comunicado publicado nesta sexta-feira (16/08). A Fitch Ratings atribui essa nota a países com risco muito alto de inadimplência.

A agência de rating justificou a sua classificação, afirmando que o rebaixamento é uma consequência do aumento da incerteza política e da situação financeira cada vez mais problemática da Argentina. Além disso, é esperada uma deterioração adicional da situação econômica geral, o que aumenta a probabilidade de uma falência estatal, disse a Fitch.

No comunicado, a Fitch prevê em 2,5% a retração da economia argentina em 2019. Além disso, a agência antecipa uma estagnação em 2020, mas diz ver alto nível de incerteza dada a "falta de clareza sobre políticas econômicas cruciais após as eleições."

Segundo a Fitch, o rebaixamento reflete "a alta incerteza de políticas" após os resultados das eleições primárias de domingo, nos quais o presidente Mauricio Macri ficou 15 pontos percentuais atrás da chapa encabeçada pelo peronista Alberto Fernandéz e pela ex-presidente Cristina Kirchner.

Nas primárias argentinas, que servem para reduzir o campo de candidatos à presidência, o candidato liberal Macri obteve somente 32% dos votos. Seu rival da ala peronista de centro-esquerda conseguiu angariar 47% da preferência dos eleitores.

A derrota de Macri no último domingo fez o índice S&P Merval, das principais ações cotadas na Bolsa de Valores de Buenos Aires, despencar na segunda-feira. Calculadas em dólares, as perdas chegam a quase 50%.

Esta é a segunda maior queda do mercado de ações em todo o mundo desde 1950. A moeda nacional, o peso, caiu 15%, com a inflação indo para a marca de 50%.

A Argentina está em recessão há muito tempo. A população espera que isso, assim como a inflação, se agrave ainda mais.

As primárias são consideradas um barômetro importante para a eleição presidencial, que deverá ocorrer em 27 de outubro próximo.

CA/afp/rtr/dw/ots

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