Fischer exorta EUA a dar tratamento humano aos prisioneiros
22 de janeiro de 2002As recentes informações de que os supostos combatentes da rede terrorista Al Qaeda e militantes do talibã, detidos em Cuba, estejam sendo maltratados levou o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Joschka Fischer, a entrar em contato telefônico com o governo americano, nesta terça-feira (22), para exortar os Estados Unidos a concederem um tratamento humano aos prisioneiros.
"Na luta contra o terrorismo internacional, também defendemos nossos valores fundamentais", frisou o ministro, acentuando que os terroristas detidos precisam ter a garantia de um tratamento digno, independente de receberem ou não o status de prisioneiros de guerra.
Não alterar valores morais
Javier Solana, coordenador da política externa e de segurança da União Européia, e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha exigiram, nesta terça-feira, que os detentos sejam considerados prisioneiros de guerra e, portanto, protegidos pelos direitos da Convenção de Genebra. "O fato de terem sido praticados atos terroristas não nos dá o direito de alterar os nossos valores", declarou Solana, aludindo-se ao tratamento que os Estados Unidos dispensam aos presos.
O comissário de Relações Exteriores da União Européia, Chris Patten, advertiu que o Ocidente pode perder a sua credibilidade moral na luta contra o terrorismo, caso os prisioneiros sejam maltratados ou condenados à morte: "Nós precisamos deixar claro que se trata de fazer justiça e não de praticar vingança."
Mais prisioneiros
Nesta terça-feira (22), com a chegada de um novo grupo de 14 pessoas, o número de prisioneiros detidos na base naval de Guantanamo, em Cuba, subiu para 158, segundo divulgou o Exército americano. O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, refutou as informações de que os presos estejam sofrendo maus-tratos.