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Fifa suspende Blatter e Platini por oito anos

21 de dezembro de 2015

Comitê de Ética anuncia que o presidente da federação e o chefe da Uefa estão afastados de qualquer atividade relacionada ao futebol por oito anos. Decisão sepulta esperanças de Platini de suceder Blatter.

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Foto: Getty Images/M. Rose

O Comitê de Ética da Fifa anunciou nesta segunda-feira (21/12) que o presidente da federação, Joseph Blatter, e o presidente da Uefa, Michel Platini, estão afastados de qualquer atividade relacionada ao futebol por oito anos. A decisão entra em vigor imediatamente.

Os dois já haviam sido suspensos por 90 dias em outubro, no âmbito de uma investigação sobre um pagamento de 2 milhões de francos suíços a Platini pela Fifa, ordenado por Blatter em 2011. O dinheiro seria referente a serviços de consultoria prestados por Platini a Blatter durante 1999 e 2002. Ambos negam irregularidades e já anunciaram que vão recorrer de qualquer punição.

Os dirigentes também foram multados: Blatter em 50 mil francos suíços e Platini, em 80 mil francos suíços.

A decisão do Comitê de Ética praticamente sepulta as esperanças de Platini de concorrer à sucessão de Blatter na eleição de 26 de fevereiro.

Segundo o Comitê de Ética, "nem na sua declaração escrita nem na sua audiência" Blatter conseguiu demonstrar "outra base legal" que justificasse o pagamento. Assim, as "alusões a um acordo verbal foram rejeitadas por não serem convincentes".

O comitê entendeu que Blatter "não mostrou uma atitude ética, não cumpriu as regras e regulamentos da Fifa e evidenciou abuso de poder", comportamentos que violam o artigo 13 do código de ética da federação, relativo a regras de conduta.

O organismo considera que, com o pagamento a Platini, o presidente violou o artigo 20 do código, relativo à oferta e recebimento de presentes e outros benefícios, e o artigo 19, que se refere a conflitos de interesses.

"Ao não colocar em primeiro lugar os interesses da Fifa, e não se abstendo de atitudes contrárias a esses interesses, Blatter violou os seus deveres de lealdade ao organismo", indica o comunicado.

Em relação a Platini, o comitê afirmou não ter encontrado provas de que o presidente da Uefa tenha recebido a verba a troco de trabalhos executados, o que viola o artigo 21 do código, relativo a subornos e corrupção.

O documento acrescenta que a conduta de Platini, que lidera a Uefa desde 2007, viola os artigos referentes a recebimento de presentes, conflito de interesses, lealdade e regras de conduta.

AS/ap/rtr/lusa