Festival de Cannes destaca o conflito do Oriente Médio
15 de maio de 2002O festival começa, fora da concorrência, com o filme Hollywood Ending, de Woody Allen. Vinte e dois filmes de 15 países estão disputando a Palma de Ouro. "Especialmente a apresentação do filme palestino Intervenção Divina, do diretor Elia Suleiman, e de Kedma, do diretor israelense Amos Gitaï, demonstra a intenção política do festival deste ano", afirmou Gilles Jacob, presidente do evento.
O país mais bem representado no festival é a França, com quatro filmes. Também os filmes da Inglaterra e dos Estados Unidos têm forte presença. Mais uma vez, a Alemanha não apresenta este ano um filme próprio, mas participa com quatro co-produções: o filme Russian Ark ("Arca da Rússia"), uma produção russa-alemã, o filme inglês-espanhol-alemão Sweet Sixteen ("Doces Dezesseis"), a película O Homem Sem Passado, do diretor finlandês Aki Kaurismäki, e a produção internacional de Roman Polanski O Pianista.
O filme mais político do festival é do diretor norte-americano Michael Moore. Bowling for Columbine trata do comércio mundial de armas e suas conseqüências. Um outro filme com boas perspectivas de ser premiado é o português O Princípio Incerteza, de Manoel de Oliveira.
Na seção Un Certain Regard, fora da concorrência, apresenta-se a película de episódios Ten Minutes Older - The Trumpet, dos sete famosos diretores Victor Erice, Werner Herzog, Jim Jarmusch, Chen Kaige, Aki Kaurismäki, Spike Lee e Wim Wenders. Como o título indica, cada um fez um episódio de cerca dez minutos de duração para realizar esta colagem cinematográfica.
O brasileiro Madame Satã, filme que o diretor Karim Ainouz levou oito anos para concluir, também integra a mostra Un Certain Regard e concorre ao prêmio Caméra d'Or, por se tratar de obra de estréia do cineasta.
David Lynch, diretor norte-americano de filmes surrealistas como Naked Lunch e Mulholland Drive, lidera o júri em Cannes, do qual faz parte também o brasileiro Walter Salles. O festival vai até o dia 26 de maio.