Art Cologne
13 de abril de 2011A maior e mais antiga feira de arte da Alemanha, a Art Cologne, abriu suas portas ao público nesta quarta-feira (13/04) em Colônia, no oeste da Alemanha. Cerca de 200 galerias de 22 países exibem obras da arte contemporânea e do modernismo. "Essa combinação é especialmente importante para mim", disse o diretor artístico da feira, Daniel Hug.
Com 42 anos de idade, o teuto-americano Hug conseguiu, em apenas três anos à frente da Art Cologne, recuperar o brilho desta que é considerada a "mãe de todas as feiras de arte", por estar na 45ª edição. As melhores galerias de arte da Alemanha, como também diversos colecionadores, voltaram a prestigiar o evento.
Comerciantes de arte de Berlim estão particularmente bem representados este ano na Art Cologne – e isso apesar de muitos deles terem mudado de Colônia para a capital alemã há pouco tempo. Dada a atual situação do mercado, os galeristas esperam vendas muito boas neste ano.
Foco alemão
Quanto aos preços, o valor das diversas obras de arte abrange um amplo espectro – pode-se comprar desde pinturas de Marc Chagall até instalações de jovens artistas desconhecidos. Uma mostra especial é dedicada a objetos voadores do artista de Antuérpia Henri van Herwegen, mais conhecido por Panamarenko. "É lindo", disse Hug. Segundo o diretor da feira, Panamarenko agrada também a um público não informado sobre arte.
"Panamarenko é um importante artista belga, um dos mais importantes dos anos 1960/70. Ele era muito amigo de Beuys [artista plástico alemão], e através de Beuys ele realizou sua primeira exposição na Alemanha, no Museu Abteilberg em 1968. Havia uma estreita ligação entre a região do Reno e Bruxelas, o que eu pretendo recuperar", afirmou Hug.
Apesar da presença de expositores japoneses e norte-americanos, principalmente galerias de arte alemãs estão representadas na Art Cologne. Hug explica que é muito importante que a feira espelhe o mercado de arte alemão. "Essa é nossa identidade, é isso que nos diferencia de outras feiras: o fato de termos o enfoque na Alemanha".
Questão de afirmação
Após os anos de glória, a Art Basel substituiu a Art Cologne como principal feira de arte moderna e contemporânea. Na década passada, a Frieze Art Fair de Londres e o Art Forum de Berlim também deixaram para trás a feira de Colônia. Desde o ano passado, todavia, a Art Cologne parece ter se tornado novamente atraente. Além do trabalho do diretor da feira, a região renana abriga importantes colecionadores.
Por esse motivo, o galerista Gerd Harry Lybke, um dos mais importantes comerciantes de arte contemporânea na Alemanha, está pela segunda vez na feira de Colônia. Ele foi o descobridor de Neo Rauch, estrela da Escola de Leipzig e da nova arte figurativa alemã. Uma atração do estande de Lybke é uma escultura em bronze de Rauch, um híbrido de homem e animal, que custa 600 mil euros.
A proposta única de venda da Art Cologne é a justaposição de arte estabelecida e experimental. Devido aos recentes acontecimentos em Fukushima, o galerista Thomas Zander apresenta uma foto em grande formato do artista norte-americano Mitch Epstein. Nela, vê-se uma casa abandonada a ser demolida, vizinha à torre de resfriamento de uma usina nuclear de onde sai fumaça.
"Esta é uma imagem que resgata o tema. Ao lado dela, estão torres de elevadores fotografadas por Bernd e Hilla Becher e, em frente, vê-se a série Sites of Technology de Lewis Baltz, que também já se ocupou de fotos que abordam o tema das novas tecnologias. Não se trata de trabalhos facilmente vendáveis", explica Zander.
A 45ª edição da Art Cologne estará aberta ao público até o próximo domingo (17/04) no pavilhão da Koelnmesse, em Colônia.
Autor: Sabine Oelze / Carlos Albuquerque
Revisão: Roselaine Wandscheer