Exportação de veículos usados aumenta na UE
30 de agosto de 2004O Leste Europeu sempre representou uma enorme fatia do mercado consumidor de veículos alemães usados. Até há poucos meses, quando esses veículos ainda eram sujeitos a taxas para atravessar a fronteira, fazia-se de tudo para pular a cerca sem pagar: até desmontar os carros para vendê-los como peças avulsas valia. Depois, era só remontar.
Desde a ampliação da UE, entretanto, isso é passado e os carros usados já podem atravessar a fronteira livremente. E eles são especialmente bem-vistos na Polônia: só nos dois primeiros meses após a ampliação européia, os poloneses compraram 160 mil veículos usados dos novos vizinhos – o triplo do volume de vendas registrado em todo o ano passado.
Tantos carros usados vindos da Europa ocidental parecem não preocupar a polícia polonesa. "Normalmente não temos problemas com veículos vindos da Europa ocidental, especialmente da Alemanha, pois nossas leis são muito rigorosas", informou um policial rodoviário. "Mas há sempre os que tentam burlar a lei. Só no Estado da Baixa Silésia, confiscamos 40 mil documentos por ano."
Alemães perceberam a demanda
Os motoristas também parecem não ter problema com os veículos, pois os negócios crescem de maneira explosiva. O comerciante Jacek Jakubik leva de oito a dez carros por semana para além da fronteira. Há algumas semanas, ele negociava apenas na Alemanha. Hoje ele já tenta a sorte na França, na Espanha e até na Grã-Bretanha. Segundo ele, os alemães logo perceberem a alta procura por seus veículos e dobraram os preços.
Carros provenientes da Europa ocidental são tidos como de melhor qualidade. "Preciso de algo velho e barato e um carro de lá será melhor, pois as ruas são melhores e as pessoas cuidam mais de seus carros", justificou um cliente.
Mas não são apenas velhas carroças que atravessam a fronteira. "Os tempos dos carros velhos passaram", conta Jakubik. "Logo após o 1º de maio, talvez tenha havido ainda interesse por velharias. A tendência hoje é comprar carros mais novos. Creio que, em breve, só poderemos oferecer carros bons, de no máximo três anos."
Segundo Jakubik, o mesmo fenômeno ocorreu na Alemanha oriental há 15 anos. "Primeiro, os alemães do Oeste se desfizeram de suas velharias. Hoje os alemães do Leste só compram carros zero".