Explosão atinge base militar de milícia pró-Irã no Iraque
20 de abril de 2024As autoridades iraquianas informaram neste sábado (20/04) que uma pessoa morreu e outras oito ficaram feridas em uma explosão, supostamente causada por um ataque aéreo, em uma base militar do influente grupo xiita pró-iraniano Mobilização Popular localizada ao sul de Bagdá.
A Célula de Segurança, porta-voz do Exército e da polícia iraquianos, disse em um comunicado que a "explosão, que causou vários incêndios, ocorreu às 13h locais de sábado na base de Kalsu e matou um membro da Mobilização Popular e feriu oito pessoas, incluindo um oficial do Exército iraquiano".
A instalação é uma base conjunta que abriga os quartéis-generais do Exército e da polícia, assim como as milícias do Mobilização Popular, na província de Babel, cerca de 80 quilômetros a sudeste da capital iraquiana.
"Aeronaves desconhecidas"
A nota oficial não confirmou nem negou as declarações de fontes de segurança iraquianas que afirmaram na noite de sexta que se tratava de um ataque "por aeronaves desconhecidas", e enfatizou que "um comitê técnico sênior especializado foi criado para determinar as causas da explosão e dos incêndios" na base.
Por sua vez, o Comando Central dos EUA (Centcom) disse na manhã deste sábado em um comunicado na plataforma X que sua Força Aérea "não realizou ataques aéreos no Iraque hoje" e chamou os relatos de "falsos".
O incidente ocorre em meio ao aumento das tensões entre Israel e o Irã.
A comunidade internacional tem expressado preocupação de que a guerra entre Israel e o Hamas, grupo apoiado pelo Irã, esteja se transformando em um conflito regional mais amplo.
Na sexta-feira, ataques atribuídos a Israel tiveram como alvo uma base militar perto da cidade de Isfahan, na região central do Irã. Presume-se que o ataque tenha sido uma retaliação ao bombardeio com drones e mísseis iranianos ao território israelense no último fim de semana.
Milícias pró-Irã
A Mobilização Popular é uma organização guarda-chuva que contém várias milícias pró-iranianas que fazem parte da rede de representantes que Teerã tem conseguido usar há anos para promover seus interesses no Oriente Médio.
Essas milícias, de fato integradas às Forças Armadas do Iraque, incluem várias formações xiitas pró-iranianas que reivindicaram a responsabilidade por vários ataques com drones e mísseis nos últimos meses contra Israel e bases dos EUA no Iraque e na Síria.
Por sua vez, os EUA atacaram nos últimos meses posições e supostos líderes de movimentos como o al-Nujba e o Kataib Hisbolá, que fazem parte do grupo Mobilização Popular.
Ambos os grupos, considerados terroristas por Washington, também fazem parte do amálgama de milícias pró-iranianas Resistência Islâmica no Iraque, que lançou mais de 160 ataques contra as posições de Washington em solo iraquiano e sírio desde o início da guerra em Gaza, em 7 de outubro.
O Iraque, cujo governo é um aliado dos EUA, mas não reconhece o Estado de Israel, criticou repetidamente os ataques dos EUA em seu território como "prejudiciais à sua soberania".
md/le (EFE, Reuters, AFP)