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Executivo da VW é condenado em escândalo de emissões

7 de dezembro de 2017

Juiz dos EUA sentencia Oliver Schmidt a sete anos de prisão e multa de 400 mil dólares por seu papel na manipulação de motores em veículos da Volkswagen. Ele é o segundo ex-funcionário da empresa a ser condenado no caso.

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Volkswagen admitiu que programou dispositivos para serem acionados nos testes e desligados durante uso normalFoto: picture-alliance/dpa/J. Stratenschulte

A Justiça dos Estados Unidos condenou nesta quarta-feira (06/12) o ex-executivo da Volkswagen Oliver Schmidt a sete anos de prisão e ao pagamento de uma multa no valor de 400 mil dólares, por seu papel no escândalo de emissões envolvendo manipulações ilegais pela montadora alemã.

Em 2015, a Volkswagen reconheceu ter equipado milhões de veículos com um dispositivo que os fazia parecer menos poluentes, permitindo à empresa contornar as leis americanas antipoluição. Os carros eram vendidos como limpos, mas emitiam poluentes muito acima do limite permitido.

O juiz Sean Cox, responsável pela condenação, descreveu Schmidt como um "conspirador chave" na fraude. O executivo, que até 2015 ocupou um cargo de gerência na VW, era encarregado de assegurar que a produção da empresa estava de acordo com as regulamentações ambientais americanas.

Segundo a Justiça, Schmidt enganou os reguladores que investigavam por que os veículos da empresa emitiam mais poluentes durante o uso convencional do que nos testes. Ao ser questionado pelas autoridades, ele teria fornecido respostas que ocultavam o fato de que a empresa fraudou os exames por meio da instalação de dispositivos ilegais nos veículos a diesel.

Juiz descreveu Schmidt (foto) como "conspirador chave"
Juiz descreveu Schmidt (foto) como "conspirador chave"Foto: Imago/Zuma Press

"Estou certo, com base no bom senso, de que você enxergou esse encobrimento como uma oportunidade para brilhar – a fim de subir na escada corporativa da Volkswagen", afirmou o juiz Cox na decisão. "Seu objetivo era impressionar as chefias superiores."

Schmidt, de 48 anos, foi preso em janeiro deste ano no aeroporto de Miami, quando tentava voltar à Alemanha após uma temporada de férias nos Estados Unidos. Em agosto, perante a Justiça, ele se declarou culpado da acusação de conspiração para defraudar as autoridades.

"Pela interrupção da minha vida, eu só posso culpar a mim mesmo. Eu aceito a responsabilidade pelo erro que cometi", afirmou Schmidt ao juiz.

O executivo é o segundo funcionário da Volkswagen a ser condenado por envolvimento no escândalo de emissões. Em agosto passado, o engenheiro James Liang, da Volkswagen, foi sentenciado a 40 meses de prisão e ao pagamento de uma multa no valor de 200 mil dólares.

Liang, com 63 anos à época de sua condenação, sabia que a empresa estava cometendo fraudes e agiu para encobri-las, declarou o juiz Cox durante audiência no tribunal de Detroit. Segundo os procuradores, ele tinha conhecimento sobre o uso do dispositivo em cerca de 600 mil veículos a diesel a fim de burlar as leis antipoluição dos EUA.

A própria Volkswagen admitiu culpa pela conspiração perante o tribunal de Detroit em março passado, fechando um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos que envolve o pagamento de multas no valor de 4,3 bilhões de dólares.

EK/ap/dpa/afp/lusa/dw

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