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Ex-terrorista é libertada

25 de março de 2007

Brigitte Mohnhaupt, ex-líder da extinta organização terrorista Fração do Exército Vermelho, havia sido condenada à prisão perpétua por envolvimento em assassinatos.

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Mohnhaupt pretende morar e trabalhar em KarlsruheFoto: picture-alliance/ dpa

A ex-líder da extinta organização terrorista Fração do Exército Vermelho (RAF), Brigitte Mohnhaupt, foi colocada em liberdade condicional neste domingo (25/03), após cumprir 24 anos de prisão, comunicou um porta-voz da Secretaria de Justiça da Baviera.

O Tribunal Superior Regional de Stuttgart decidiu em fevereiro passado a libertação de Mohnhaupt, de 57 anos, que tinha sido condenada cinco vezes à prisão perpétua mais 15 anos na cadeia. Mohnhaupt pertenceu à cúpula da RAF, grupo fundado por Andreas Baader e Ulrike Meinhof, entre 1977 e 1982, quando foi capturada.

A ex-terrorista participou das ações que levaram aos assassinatos do banqueiro Jürgen Ponto e do procurador geral da República, Siegfried Bubak, bem como ao seqüestro e assassinato do líder empresarial Hanns-Martin Schleyer, em 1977.

De acordo com o porta-voz da Justiça bávara, Mohnhaupt saiu da prisão de Aichach entre as 2h e 3h da madrugada deste domigo. Ele não divulgou para onde Mohnhaupt foi. A libertação da ex-integrante da RAF, organização que se autodissolveu através de um comunicado em 1998, era esperada para esta segunda-feira.

Com a libertação de Mohnhaupt, apenas três membros da RAF continuam na cadeia cumprindo penas de prisão perpétua: Christian Klar, de 54 anos, Eva Sybille Haule, de 52, e Birgit Hogefeld, de 50.

Liberdade polêmica

Nas últimas semanas, após a decisão do tribunal de Stuttgart, falou-se sobre uma possível libertação dos últimos ex-membros da RAF ainda na prisão. A corte de Stuttgart baseou-se numa sentença do Tribunal Constitucional Federal alemão de 15 anos atrás, segundo a qual qualquer pessoa, mesmo condenada à prisão perpétua, tem direito à perspectiva de uma vida em liberdade.

O caso que se apresenta mais complexo, no entanto, é o de Klar (preso há mais de 24 anos), devido a recentes declarações que ele concedeu a uma conferência do jornal marxista Junge Welt.

Na mensagem, Klar manifestou sua esperança de que sejam concluídos os "planos de derrotar o capital e seja aberta a porta a outro futuro diferente", questão que gerou protestos contra uma possível libertação ou indulto.

Na época em que foi divulgado que Mohnhaupt seria libertada, muitos parentes de suas vítimas protestaram contra o fato de a ex-terrorista não ter pedido perdão pela dor que causou.

A revista Focus informou neste fim de semana que Mohnhaupt deve morar na cidade de Karlsruhe e trabalhar em uma oficina de autopeças, propriedade do filho de uma amiga sua. Segundo a revista, a mãe de Klar vive na mesma cidade e, se ele for libertado, a Justiça ordenaria que os dois não tivessem contatos. (EFE)