1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Vinte anos de prisão a ex-primeira-dama da Costa do Marfim

10 de março de 2015

Simone Gbagbo é condenada por sua participação em insurgência que deixou 3 mil mortos, logo após a eleição em que o marido, então presidente, saiu derrotado.

https://p.dw.com/p/1EoAh
Elfenbeinküste Ex-Präsident Laurent Gbagbo mit seiner Frau Simone
Foto: Reuters/L. Gnago

A ex-primeira-dama da Costa do Marfim Simone Gbagbo foi condenada nesta terça-feira (10/03) a 20 anos de prisão por sua atuação na crise que assolou o país africano logo após as eleições presidenciais, entre 2010 e 2011.

Na época, confrontos entre apoiadores do então presidente Laurent Gbagbo, que se recusou a aceitar a derrota nas urnas, e do opositor e vencedor do pleito, Alassane Outtara, atual chefe de Estado, deixaram mais de três mil mortos.

Após nove horas de deliberações, um tribunal em Abidjan condenou Simone Gbagbo, de 65 anos, por unanimidade. Ela é acusada de "atentado à autoridade do Estado, participação numa insurgência e perturbação da ordem pública", afirmou o juiz Tahirou Dembelé, ao ler a sentença.

A ex-primeira-dama também responde por formação de grupos armados em Abobo – divisão administrativa de Abidjan, onde era deputada –, cujos membros ergueram barricadas e participaram de um movimento de insurreição. Apelidada de "dama de ferro" quando o marido estava no poder (2000-2011), ela era temida por supostas ligações com "esquadrões da morte" que perseguiam apoiadores de Ouattara.

Simone Gbagbo foi julgada com outros 82 aliados do ex-presidente – entre eles o ex-presidente da guarda republicana de elite Bruno Dogbo Ble e o ex-chefe da Marinha admiral Vagba Faussignaux. Os dois também receberam penas de 20 anos de detenção.

Ela ainda responde a processo no Tribunal Penal Internacional, onde seu marido está detido e aguarda julgamento por crimes contra a humanidade, assim como ela. Eles são acusados de orquestrarem ações de violência. O casal Gbagbo foi detido na própria residência, em abril de 2011, por ex-rebeldes apoiadores do presidente Ouattara, que contaram com a ajuda da França.

MSB/rtr/dpa/lusa