Ex-presidente da CBF é condenado a 4 anos de prisão nos EUA
23 de agosto de 2018A juíza Pamela Chen, da Corte Federal do Brooklyn, distrito leste de Nova York, condenou José Maria Marin, ex-presidente da CBF, por crimes de corrupção na organização de torneios Fifa. A sentença dada na quarta-feira (23/08) prevê pena de quatro anos, além de confisco e multa que somam mais de US $ 4,5 milhões.
Em dezembro do ano passado, Marin já havia sido condenado por outros seis crimes ligados à sua atuação como dirigente esportivo. Ele segue preso em penitenciária na cidade de Nova York.
Durante o julgamento, a juíza americana chegou a considerar uma pena maior, de sete anos, mas reduziu a sentença após pedido da defesa que citou a idade avançada de Marin, que tem 86 anos.
De acordo com jornais brasileiros que acompanharam o julgamento, Marin teria chorado e pedido leniência. No entanto, a juíza sentenciou o ex-presidente da CBF a quatro anos de prisão, confisco de US$ 3,35 milhões e ainda multa de US$ 1,2 milhão.
Marin presidiu a CBF, principal organização e futebol no Brasil, entre 2012 e 2015, período em que o país sediou a Copa do Mundo 2014. A CBF não quis comentar a decisão.
José Maria Marin e outros dirigentes esportivos foram detidos em 2015 na Suíça, quando a Justiça americana tornou pública a investigação de um escândalo de corrupção na Fifa. Posteriormente, ele aceitou extradição e ficou em prisão domiciliar em Nova York até o final de 2017.
Em dezembro do ano passado, Marin foi condenado a seis crimes: organização criminosa, duas vezes por lavagem de dinheiro e três vezes por fraude bancária. Desde então, Marin está preso na penitenciária do Brooklyn. Os crimes estão relacionados à organização dos torneios Copa América, Taça Libertadores da América e Copa do Brasil, todos realizados entre 2012 e 2015, quando ele era presidente da CBF. Os torneios fazem parte do calendário Fifa.
No mesmo julgamento, o ex-dirigente esportivo foi absolvido do crime de lavagem de dinheiro na Copa do Brasil. O julgamento foi por júri popular e também teve a condenação do ex-presidente da Conmebol e da Associação Paraguaia de Futebol, Juan Angel Napout, por organização criminosa e fraude bancária.
Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero, que presidiram a CBF antes e depois de José Maria Marin, respectivamente, também foram denunciados na Justiça americana pelos mesmos crimes. No entanto, como estão no Brasil, não podem ser extraditados e não são julgados nos EUA. Del Nero foi banido do futebol pela Fifa em abril deste ano.
HP/ots
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