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Ex-dirigente do Partido Comunista chinês é condenado à prisão perpétua

22 de setembro de 2013

Tribunal considera Bo Xilai culpado por desvio de fundos, aceitação de suborno e abuso de poder. Mídia oficial vê na sentença um "progresso" no combate à corrupção, críticos falam em perseguição política.

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Foto: picture-alliance/dpa

O ex-dirigente chinês Bo Xilai foi sentenciado neste domingo (22/09) à prisão perpétua, considerado culpado das acusações de desvio de fundos, aceitação de subornos e abuso de poder.

Aos olhos dos defensores do regime, a condenação de um dos mais populares políticos do país evidencia o prometido empenho da nova liderança chinesa em combater a corrupção, um dos mais frequentes motivos de descontentamento popular. Aos olhos dos críticos, é um caso de perseguição política.

Antigo membro do politburo do Partido Comunista e ex-líder da organização em Chongqing, o maior município da China, Bo Xilai, de 64 anos, é o mais alto líder chinês condenado por corrupção desde que o atual presidente, Xi Jinping, assumiu o cargo de secretário-geral, em novembro.

Xi Jinping
Xi Jinping: presidente chinês assumiu em novembro, prometendo combate à corrupçãoFoto: Getty Images/Ria Novosti/Igor Russak

O tribunal de Jinan, cidade no leste da China, considerou como provado que Bo Xilai aceitou propinas no valor de 20,44 milhões de yuans (2,44 milhões de euros), crime passível de pena de morte.

A corte estipulou prisão perpétua por corrupção passiva, uma pena de 15 anos de prisão pelo desvio de fundos e sete anos por abuso de poder, além do confisco das propriedades pessoais do ex-dirigente e a cassação por toda a vida de seus direitos políticos.

Em junho passado, o ex-ministro chinês de Ferrovias, Liu Zhijun, grande impulsionador do programa de alta velocidade ferroviária, foi condenado à morte com pena suspensa por dois anos, uma sentença normalmente comutada em prisão perpétua.

"Passo adiante"

Outros altos quadros do Partido Comunista, que ocupavam postos de ministro ou vice-ministro, foram presos nos últimos meses por suspeita de corrupção. Entre eles, o ex-presidente de uma comissão que supervisiona o patrimônio de mais de uma centena de grandes empresas estatais.

O julgamento de Bo Xilai foi considerado pela imprensa oficial chinesa "o mais transparente" já realizado no país, sendo saudado como "um grande passo adiante na promoção da justiça" e uma demonstração de que "ninguém está acima da lei".

A mídia oficial chinesa considera "muito provável" que os advogados de Bo Xilai recorram, para o que têm prao de dez dias. Analistas acreditam, entretanto, que as instâncias superiores dificilmente mudarão a sentença, devido à pouca independência do judiciário chinês.

MD/efe/lusa/dpa/ap