Ex-deputado alemão confessa download de pornografia infantil
2 de março de 2015Sebastian Edathy, ex-deputado federal alemão pelo Partido Social Democrata (SPD), admitiu nesta segunda-feira (02/03) ter usado seu laptop de trabalho para baixar da internet vídeos e fotos de pornografia infantil, enquanto ainda era parlamentar em Berlim.
Por meio de declaração entregue por seu advogado de defesa, Christian Noll, ao Tribunal Regional de Verden, o ex-deputado social-democrata, de 45 anos, afirmou que as "acusações são procedentes". "Eu reconheço agora que cometi um erro", diz a declaração em nome de Edathy.
A admissão de culpa por parte do ex-deputado é condição para o encerramento do processo iniciado contra ele no final de 2013, quando a Justiça o acusou de ter baixado, em diversas oportunidades, material pornográfico infantil da internet. O processo contra Edathy poderá agora ser arquivado em troca de uma multa em dinheiro no valor de 5 mil euros.
Rede de pornografia infantil
O ex-político chamou a atenção do Ministério Público na esteira de investigações contra uma rede de pornografia infantil canadense. Na ocasião, o procurador-geral Jörg Fröhlich disse que o ex-parlamentar adquiriu de uma loja online no Canadá filmes e fotografias de meninos nus de idades entre 9 e 14 anos.
O caso envolvendo o ex-deputado social-democrata alemão provocou a primeira crise da coalizão de governo liderada pela chanceler federal Angela Merkel, formada pela União Democrata Cristã (CDU), a União Social Cristã (CSU) e o SPD .
Em fevereiro do ano passado, o então ministro alemão da Agricultura, Hans-Peter Friedrich, da CSU, renunciou após ter sido acusado de quebra de sigilo ao repassar à liderança social-democrata informações sobre as investigações sobre Edathy.
Edathy havia ganhado fama como presidente da comissão parlamentar de inquérito sobre os assassinatos praticados pelo grupo terrorista radical de direita NSU. Após mais de 15 anos como deputado, ele renunciou ao mandato em fevereiro do ano passado alegando problemas de saúde, pouco antes que as investigações contra ele fossem tornadas públicas.
CA/afp/dpa/dw