Ex-assessor de Temer é preso em Brasília
3 de junho de 2017O ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor especial do presidente Michel Temer, foi preso neste sábado (03/06) pela Polícia Federal em Brasília após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato na Corte.
Loures foi detido em casa e conduzido à Superintendência da Polícia Federal na capital. A ordem de prisão autorizada por Fachin foi feita a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Loures é acusado de receber 500 mil reais em propina da empresa JBS. Ele é investigado com Temer em inquérito aberto após as delações de executivos da empresa pelos crimes de corrupção, organização criminosa e obstrução da Justiça.
O primeiro pedido de prisão tinha sido negado por Fachin, porque Loures ainda era deputado federal. Ele perdeu o cargo com o retorno do ex-ministro Osmar Serraglio, exonerado do Ministério da Justiça, à Câmara, de quem era suplente. Com a perda do foro privilegiado, Janot reiterou nesta quinta o pedido de prisão, que foi então aceito por Fachin.
O advogado do ex-parlamentar, Cezar Bittencourt, disse que a defesa está "indignada" com o fato de o STF não ter analisado os argumentos apresentados nesta sexta-feira à Justiça.
Corrupção
Em áudio gravado pelo empresário da JBS Joesley Batista, Temer teria afirmado que considerava Loures – filmado carregando uma mala de dinheiro após o encontro entre Joesley e o presidente – um intermediário para tratar com o empresário da JBS.
A possibilidade de Loures aceitar negociar um acordo de delação premiada preocupa o Planalto e pode ter consequência negativas para Temer.
Nesta semana, Fachin autorizou o interrogatório de Temer à Polícia Federal. O depoimento será prestado por escrito, a pedido da defesa. Após a entrega das perguntas, o presidente terá 24 horas para enviar as respostas.
A investigação sobre Temer e Loures foi separada do inquérito que envolve o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG). Eles eram investigados no mesmo processo no Supremo por terem sido citados nos depoimentos de Batista.
O interrogatório de Temer foi solicitado pela Procuradoria Geral da República com intuito de esclarecer a conversa mantida entre o presidente e Joesley Batista. A investigação contra o peemedebista, autorizada por Fachin em 18 de maio, apura se, nesse diálogo, Temer deu aval ao empresário para o pagamento de propina ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso desde outubro no âmbito da Lava Jato.
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