Europol aproveita Copa para tentar capturar criminosos
12 de julho de 2018O Serviço Europeu de Polícia, ou Europol, lançou nesta quinta-feira (12/07) uma iniciativa para capturar os criminosos mais procurados da União Europeia, através de um jogo interativo baseado na Copa do Mundo de futebol.
"Vinte e cinco bandidos perigosos, fugindo da polícia, entraram na 'Copa dos Mais Procurados da Europa', com a intenção de se tornarem tão conhecidos quanto alguns dos jogadores verdadeiros. Quanto mais gente vir os rostos deles, maiores são as chances de serem presos", anuncia a Europol.
Até o próximo sábado, a agência europeia e os serviços policiais nacionais vão postar, nas plataformas de mídia social, códigos a serem usados para revelar os "jogadores" do "esquadrão do crime", uma coleção de criminosos procurados pelas autoridades de toda a Europa.
Mais da metade dos listados é procurada por homicídio, os demais, por narcotráfico em grande escala, assalto à mão armada ou fraude.
Jan Op Gen Oorth, porta-voz da Europol, revela que o projeto nasceu da ideia de que poucos membros do público veem quem são os criminosos mais procurados da UE. "Não basta que só os agentes de polícia e penais vejam essa lista. Consideramos essencial que o público saiba sobre essas pessoas."
Embora há anos a polícia empregue a população como uma de suas fontes de informações, através de linhas telefônicas diretas, as iniciativas na internet, sobretudo nas redes sociais, proporcionam maior acesso público.
Segundo a Europol, iniciativas interativas anteriores levaram a pelo menos seis prisões, sendo três na campanha do Natal de 2016, e as restantes na de cartões postais do verão de 2017.
"A experiência tem nos mostrado que um tom mais original é necessário para atrair visitantes ao website [dos mais procurados da Europol]", conta Oorth. "Manter um número alto de visitantes é importante para elevar as chances de colocar esses criminosos atrás das grades."
Resultados encorajadores
No passado, a Europol empregou outros métodos não ortodoxos, aproveitando o que Oorth denomina "inteligência da multidão". Em 2017, ela lançou uma iniciativa de combate ao abuso sexual infantil pedindo a ajuda da população na localização de determinados objetos.
"As pistas mais inocentes podem ajudar a resolver um caso. Os objetos eram todos tirados do fundo de uma imagem de material sexual explícito, envolvendo menores", explica.
Em junho, o serviço policial da UE anunciou que recebera mais de 21 mil pistas graças a sua campanha "localize o objeto". "Foi a primeira vez que usamos a sabedoria do público em geral para tentar proteger crianças de abuso e exploração", revela Catherine De Bolle, diretora executiva da Europol.
Em sua opinião, "com 21 mil pistas e diversas investigações em curso, esse excelente resultado nos encoraja a continuar incessantemente com nossos esforços para manter seguras as nossas crianças". Oorth vai mais longe: para ele, acionar a inteligência da multidão contra criminosos é "o futuro da execução penal".
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