Crise grega
3 de julho de 2011Os ministros das Finanças dos 17 países da zona do euro autorizaram na noite deste sábado (02/07) a liberação da quinta parcela do pacote de ajuda à Grécia, no valor de 12 bilhões de euros, depois de uma reunião de cerca de duas horas realizada por videoconferência. Eles afirmaram que, nas próximas semanas, discutirão os detalhes de um próximo plano de ajuda ao governo grego.
Através de comunicado divulgado, os ministros anunciaram que os termos de um novo plano de ajuda financeira à Grécia serão divulgados "nas próximas semanas". Com esta quinta parcela, foram liberados até agora cerca de 65 bilhões de euros do empréstimo europeu de cerca de 110 bilhões de euros prometidos em maio de 2010.
Compromisso com reformas
Ainda segundo o comunicado distribuído em Bruxelas, a nova parcela será desbloqueada "até o próximo dia 15, após a aprovação pelo FMI" do seu próprio empréstimo. A parte da Uniao Europeia corresponde a 8,7 bilhões de euros e a do FMI, a 3,3 bilhões de euros. A quantia é imprescindivel para as necessidades mais urgentes da Grécia.
A liberação da parcela foi possibilitada pela aprovação pelo Parlamento grego do novo plano de austeridade apresentado pelo governo. "As autoridades gregas mostraram um grande compromisso para aderir ao caminho do ajuste fiscal e à agenda de reformas estruturais de crescimento", declarou Jean-Claude Juncker, presidente do Eurogrupo.
Berlim se previne para o pior
Apesar da liberação, que dá um alívio à situação da Grécia, há preocupação crescente entre os governos europeus de que as regras impostas ao país, incluindo as medidas de austeridade para economizar cerca de 28 bilhões de euros até 2015, sejam duras demais e possam causar danos a longo prazo.
O ministro da Economia da Polônia, que acaba de assumir a presidência da União Europeia por seis meses, sugeriu que a ênfase na austeridade foi exagerada, em detrimento da preocupação com o crescimento econômico. O mercado avalia haver cerca de 80% de chance de que a Grécia entre em inadimplência.
Em uma entrevista à revista Der Spiegel, o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, reconheceu que, apesar de todos os esforços para salvar a Grécia, Berlim se prepara para o caso de uma falência estatal. "Claro que nos preparamos, enquanto governo responsável, para o caso improvável de que, contra todas as expectativas, venha a ocorrer a moratória grega", disse o político. "Então tomaremos providências para que não ocorram desenvolvimentos incontroláveis."
MD/lusa/rtr/dapd/dpa
Revisão: Alexandre Schossler