EUA impõem sanções contra Maduro
31 de julho de 2017O governo dos Estados Unidos impôs nesta segunda-feira (31/07) sanções econômicas diretas contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. As medidas abrangem o congelamento de ativos do venezuelano sob jurisdição americana e proíbem americanos de fazer negócios com o líder venezuelano.
A medida foi anunciada pelo Departamento do Tesouro um dia após a eleição dos representantes para a Assembleia Nacional Constituinte na Venezuela. A votação foi criticada pela comunidade internacional.
"As eleições ilegítimas de ontem confirmam que Maduro é um ditador que ignora a vontade do povo venezuelano", afirmou o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, em comunicado. "Ao sancionar Maduro, os Estados Unidos deixam clara nossa oposição a políticas de seu regime e nosso apoio aos cidadãos venezuelanos que desejam restaurar em seu país a democracia plena e próspera", destacou.
Mnuchin alertou ainda que sanções futuras poderão ser aplicadas aos integrantes da nova Assembleia Constituinte, por estarem minando a democracia no país.
O impacto econômico das sanções ainda não é conhecido, pois o governo americano não divulgou se Maduro realmente tem ativos nos EUA e nem o montante deles. O peso desse tipo raro de sanção, no entanto, é muito mais simbólico.
Durante um evento do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, Maduro afirmou que a atitude americana mostra o desespero e ódio do presidente dos EUA, Donald Trump, o qual chamou de imperador. O chavista disse ainda que o republicano estava cometendo o maior erro de sua vida ao se meter com a Venezuela.
Esse foi o segundo anúncio americano de sanções a venezuelanos em menos de uma semana. Na quarta-feira passada, a medida foi aplicada contra 13 funcionários e ex-funcionários do governo da Venezuela por questões como corrupção, repressão de protestos da oposição e apoio ao projeto à Constituinte.
O governo Maduro está sob pressão internacional para cancelar o processo que vai redefinir a constituição da Venezuela de 1999 e é denunciado pela oposição como o último passo do governo Maduro para consumar uma ditadura. Diversos países, incluindo os Estados Unidos, se recusaram a reconhecer os resultados das eleições para os integrantes da constituinte.
Em profunda recessão e em meio a grave escassez de produtos básicos, a Venezuela está há quatro meses em ebulição, com protestos quase diários contra Maduro e seu Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV). Mais de 110 pessoas morreram em confrontos com forças de segurança.
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