1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

EUA embrulham maior árvore do mundo, ameaçada por incêndio

17 de setembro de 2021

Enquanto incêndios florestais avançam na Califórnia, sequoias de parque nacional recebem coberturas especiais resistentes a fogo. Entre elas está General Sherman, considerada a árvore mais volumosa do mundo.

https://p.dw.com/p/40T8S
A base da sequoia General Sherman, árvore mais volumosa do mundo, embrulhada com cobertores de alumínio
A base da sequoia General Sherman, árvore mais volumosa do mundo, embrulhada com cobertores de alumínioFoto: National Park Service/AFP

O incêndio florestal que atinge há dias a Califórnia tem avançado em direção ao Parque Nacional da Sequoia, uma reserva natural cerca de 350 quilômetros ao norte de Los Angeles. O parque é famoso por abrigar a chamada Floresta Gigante, um bosque com cerca de 2 mil árvores maciças.

Uma dessas sequoias, apelidada de General Sherman, foi classificada no livro dos recordes, o Guinness, como a árvore mais volumosa do mundo – seu tronco possui um volume estimado de 1.487 metros cúbicos e uma circunferência de 31 metros. Sua idade é estimada entre 2.300 e 2.700 anos. 

A fim de evitar um desastre, a General Sherman, algumas outras sequoias, o Museu da Floresta Gigante e outros edifícios do parque foram embrulhados com cobertores especiais resistentes ao fogo nesta sexta-feira (17/09), segundo comunicado do corpo de bombeiros local.

Incêndios florestais: como evitar que o mundo queime

A medida visa proteger as árvores e a estrutura contra a possibilidade de chamas intensas na reserva natural, localizada na acidentada Sierra Nevada.

O cobertor de alumínio pode resistir ao calor intenso por curtos períodos. Autoridades federais americanas afirmaram que usam o material há vários anos em todo o oeste dos Estados Unidos para proteger estruturas sensíveis a chamas.

Algumas casas embrulhadas com o material protetor perto do Lago Tahoe, no norte da Califórnia, na divisa com Nevada, resistiram a um recente incêndio florestal – outras moradias nas proximidades foram completamente destruídas.

Esperava-se que um dos dois focos de incêndio ativos no Parque Nacional da Sequoia alcançasse a Floresta Gigante na quinta-feira. Mas o incêndio acabou não aumentando significativamente, pois uma camada de fumaça reduziu a propagação das chamas.

Queimas para proteger contra queimadas

Além dos cobertores de alumínio, o corpo de bombeiros e as autoridades florestais esperam que uma outra estratégia ajude na proteção das árvores milenares.

Há cinco décadas são realizadas queimas controladas na região – incêndios propositais para remover outras árvores e vegetação que poderiam alimentar incêndios florestais. A medida visa diminuir a probabilidade de que chamas cheguem ao bosque da Floresta Gigante.

"Um histórico robusto de queimas controladas naquela área é motivo para otimismo", disse a porta-voz dos bombeiros, Rebecca Paterson. "Esperamos que a Floresta Gigante saia ilesa."

Bombeiros embrulham placa no Parque Nacional da Sequoia com cobertores de alumínio resistentes ao fogo
Bombeiros embrulham placa no Parque Nacional da Sequoia com cobertores de alumínio resistentes ao fogo Foto: National Park Service/AFP

Mudanças climáticas

As sequoias-gigantes (também chamadas de árvores-mamutes) são adaptadas ao fogo e prosperam com as chamas, pois ajudam a liberar sementes dos cones e criam clareiras que permitem o crescimento de novas sequoias. Mas a extraordinária intensidade dos incêndios recentes pode sobrecarregar as sequoias.

Foi o caso no ano passado, quando um outro incêndio florestal na região da Sierra Nevada matou milhares de sequoias – estudos estimam entre 7.500 e 10.600 árvores. Algumas eram tão altas quanto arranha-céus e viviam há milhares de anos.

Uma seca histórica e ondas de calor associadas à mudança climática aumentaram a dificuldade de se combater incêndios florestais no oeste americano. Cientistas afirmam que a mudança climática tornou a região muito mais quente e seca nos últimos 30 anos e preveem incêndios florestais mais frequentes e destrutivos.

pv/ek (AP, AFP)