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EUA e China prometem cooperar pelo clima

18 de abril de 2021

Governos se dizem empenhados em trabalhar juntos para enfrentar a crise climática "com a seriedade e a urgência que ela exige". Declaração é divulgada após visita a Xangai do enviado dos EUA para o clima, John Kerry.

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Fumaça cinza sai de usina de carvão chinesa
Usina de carvão chinesa. EUA e China lideram ranking mundial dos maiores emissores de poluentes na atmosferaFoto: Zhou Changguo/dpa/picture alliance

Os EUA e a China, os maiores emissores mundiais de gases de efeito estufa, disseram neste sábado (17/04) que vão cooperar com urgência para combater as mudanças climáticas.

"Os Estados Unidos e a China estão empenhados em cooperar entre si e com outros países para enfrentar a crise climática, que deve ser enfrentada com a seriedade e a urgência que ela exige", afirmaram os países em comunicado conjunto.

A declaração foi divulgada após uma visita a Xangai do enviado dos EUA para o clima, John Kerry. Ele é o primeiro membro do governo Biden a visitar a China.

Processos multilaterais

Os dois países disseram que cooperarão em "processos multilaterais" como a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e o Acordo de Paris e que "aguardam com expectativa" a cúpula virtual do clima patrocinada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, agendada para esta quinta e sexta-feira. O encontro reunirá 40 líderes mundiais, incluindo  o presidente Jair Bolsonaro.

Os EUA e a China também desenvolverão estratégias de longo prazo para se tornarem neutros em carbono a tempo para a cúpula do clima da ONU em Glasgow, Reino Unido, em novembro. A China já estabeleceu uma meta ambiciosa para se tornar neutra em carbono até 2060.

Os dois países também planejam aumentar o investimento em energia verde nas nações em desenvolvimento  também para a eliminação do uso de hidrofluorocarbonos, que são usados ​​em condicionadores de ar e geladeiras.

EUA sinalizam meta ambiciosa

Os EUA devem anunciar nos próximos dias uma meta nacional ambiciosa para reduzir as emissões de carbono.

Enquanto isso, a China sinalizou que dificilmente declarará novas metas na cúpula do clima virtual nesta semana, organizada pelo presidente dos EUA, Biden.

"Para um país com 1,4 bilhão de habitantes, essas metas não são facilmente alcançadas. Alguns países estão pedindo à China que atinja as metas mais cedo. Receio que isso não seja muito realista", disse Le Yucheng, vice-ministro do Exterior da China, à agência de notícias Associated Press.

O presidente chinês, Xi Jinping, afirmou na sexta-feira que a mudança climática "não deve se tornar moeda de troca geopolítica, um objeto para atacar outros países ou uma desculpa para barreiras comerciais".

Antes de partir para a China, Kerry disse ao canal de notícias americano CNN que os EUA cooperariam com a China, apesar das recentes críticas de Washington às violações aos direitos humanos em Xinjiang e da repressão a ativistas pela democracia em Hong Kong.

md (AP, AFP)