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EUA e aliados não confirmam retirada anunciada por Putin

16 de fevereiro de 2022

Presidente dos Estados Unidos diz que invasão à Ucrânia ainda é bastante possível, apesar das promessas de Moscou. Contingente russo na fronteira ucraniana aumenta para 150 mil, segundo a Casa Branca.

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USA | Statement Präsident Joe Biden
Foto: Brendan Smialowski/AFP/Getty Images

Apesar das garantias do líder russo Vladimir Putin, de que seu país estaria removendo parte de suas tropas da fronteira com a Ucrânia, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta terça-feira (15/02) que seu país ainda não confirmou nenhuma movimentação nesse sentido, e que a possibilidade de uma invasão ainda é bastante real.

Após reunir-se nesta terça-feira com o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, em Moscou, Putin disse que seu país não deseja uma guerra na Europa, e que ainda estaria disposto a aprofundar as conversas com países do Ocidente sobre questões de segurança, com o objetivo de aliviar as tensões em torno da Ucrânia.

O presidente russo, porém, não ofereceu garantias de uma retirada total de suas tropas, e disse que as próximas decisões a serem tomadas pela Rússia dependerão de como a situação irá evoluir nos próximos dias.

Na Casa Branca, Biden prometeu que os EUA continuarão a insistir na diplomacia, mas demonstrou ceticismo em relação às intenções expressas por Moscou.

"Que fique bem claro: se a Rússia cometer uma violação ao invadir a Ucrânia, as nações responsáveis em todo o mundo não hesitarão em reagir. Se não defendermos a liberdade onde ela está em risco no dia de hoje, certamente pagaremos um preço muito alto amanhã".

Washington e seus aliados se mantêm em alerta e exigem provas da suposta retirada russa. Biden disse que Moscou já enviou 150 mil soldados à fronteira da Ucrânia com a Rússia e o Belarus, o que significa um aumento significativo do total de 130 mil relatado anteriormente.

EUA e Otan se mantêm em alerta

"Seria algo positivo, mas ainda não verificamos isso", disse Biden sobre a suposta retirada. "Ao contrário, nossas análises indicam que eles ainda estão em uma posição bastante ameaçadora", acrescentou. "Os Estados Unidos estão preparados para qualquer eventualidade."

Os EUA e a Otan mantêm os alertas quanto a uma possível invasão russa, apesar do Kremlin continuar a negar qualquer intenção de fazê-lo. As potências ocidentais rejeitaram as garantias exigidas por Moscou quanto ao bloqueio do acesso da Ucrânia à aliança militar do Atlântico Norte, além da remoção de parte do contingente da Otan do Leste Europeu.

Após a reunião com Scholz, Putin disse que o Ocidente aceitou discutir o fim do envio de mísseis das potências ocidentais para a Europa, além da restrição dos exercícios militares e outras exigências impostas pela Rússia.

O Ministério russo da Defesa divulgou imagens de tanques e veículos militares em retirada e afirmou que esses e outros equipamentos estavam sendo levados para seus locais de origem.

O governo da Ucrânia expressou ceticismo quanto a uma suposta retirada russa. "Não acreditamos no que ouvimos, acreditaremos quando virmos", disse o ministro ucraniano do Exterior, Dmytro Kuleba.

"Até agora, não vimos nenhum sinal de uma redução da presença militar russa nas fronteiras com a Ucrânia", afirmou secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg. Ele ressaltou que a aliança espera ver uma "retirada duradoura e significativa" das forças de soldados e equipamentos pesados.

rc (AP, Reuters)