EUA alertam que ebola pode ser a nova aids
9 de outubro de 2014Após a morte do primeiro paciente diagnosticado com ebola nos EUA, a infecção de uma assistente de enfermagem na Espanha e a suspeita de um novo caso na Macedônia, o diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, Thomas Frieden, afirmou nesta quinta-feira (09/10) que o vírus mortal pode se tornar a próxima aids.
"Temos que trabalhar agora para que isto [o ebola] não se torne a próxima aids", alertou Frieden em encontro com representantes da ONU, do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington. "Eu diria que, nos 30 anos em que venho trabalhando com saúde pública, a única coisa parecida com isso foi a aids. Temos uma longa batalha pela frente."
O CDC prevê que o número de casos de ebola pode subir para 1,4 milhão em janeiro, caso medidas eficazes não sejam tomadas para conter a doença.
Os últimos números divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que o vírus, transmitido através do contato direto com fluidos corporais de um infectado, já matou quase 4 mil pessoas na África Ocidental desde março. Outras 8 mil foram infectadas. Este é o maior surto do ebola já registrado na história.
Novo paciente na Alemanha
Nesta quinta-feira, um cidadão britânico suspeito de ter contraído ebola morreu na Macedônia. A informação foi dada por um funcionário do governo local. A fonte, que falou sob condição de anonimato, disse que um segundo britânico também apresentou sintomas de infecção.
Ele afirmou que os dois estavam hospedados em um hotel na capital Skopje e que os funcionários do estabelecimento e a equipe da ambulância que levou ambos para tratamento foram colocados em isolamento. O hotel foi isolado.
Segundo a médica Jovanka Kostovska, da comissão ministerial de doenças infecciosas da Macedônia, explicou o homem vinha sofrendo com febre, vômitos e sangramento interno, e sua condição piorou rapidamente.
"São todos sintomas do ebola, o que aumenta as suspeitas em relação a esse paciente", disse Kostovska, declarando ainda que amostras de sangue foram enviadas para testes na Alemanha para confirmar a causa da morte.
A Alemanha confirmou, também nesta quinta-feira, que um terceiro paciente infectado pelo vírus chegou ao país para tratamento. O homem, original do Sudão, contraiu o ebola na Libéria, e foi levado à clínica St. Georg em Leipzig, um dos sete centros de saúde na Alemanha com capacidade de tratar pacientes com doenças altamente contagiosas.
Os outros dois pacientes são um funcionário da OMS, que foi tratado em Hamburgo e liberado na semana passada, e um médico de Uganda que continua sendo tratado em Frankfurt.
O caso mais conhecido na Europa até agora é o da assistente de enfermagem Teresa Romero, que foi infectada no hospital madrilenho La Paz Carlos 3º, onde morreram dois missionários com ebola repatriados da África Ocidental. Outras cinco pessoas, inclusive o marido da funcionária, estão sendo monitoradas na capital espanhola.
PV/rtr/afp/dpa/ap